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Marlon Moraes ignora mudança de categoria de Aldo e promete se “redimir da última luta”
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por
Neri Fung
Após chegar perto de conquistar o cinturão peso-galo (61 kg) do UFC, Marlon Moraes busca retomar o caminho das vitórias e se aproximar novamente de uma disputa pelo título da categoria. Para isso, o lutador nascido em Nova Friburgo (RJ) terá pela frente um desafio e tanto: superar o ex-campeão peso-pena (66 kg) do Ultimate José Aldo, no dia 14 de dezembro, em Las Vegas (EUA). Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, Marlon comentou sobre sua expectativa para o combate e afirmou que espera encontrar a melhor versão do compatriota, que fará sua estreia na divisão após descer de peso.
Sem conseguir engrenar uma sequência significativa de resultados positivos desde que perdeu o cinturão dos penas para Conor McGregor em dezembro de 2015, Aldo decidiu encarar o desafio de um maior corte de peso e tentar a sorte na categoria de baixo. Fato que, segundo Marlon, não trará desvantagens ao rival. Ciente de que uma boa vitória sobre o compatriota o colocaria novamente próximo de uma disputa pelo título, o lutador fluminense afirmou que se sente pronto para derrubar o ex-campeão em qualquer área na qual o combate se desenvolva.
“O José Aldo é um cara diferenciado, um atleta bom em todas as áreas, não tem nada para provar para ninguém. Nessa categoria me vejo em condições de trocar com qualquer um. Estou indo lá para vencer, independentemente de onde a luta se desenrole. Não vou fugir de nenhuma situação. Não estou pensando no José Aldo que está descendo de peso, estou indo lá para vencer o José Aldo que a gente sempre viu tendo bons resultados, estou indo para enfrentar o melhor José Aldo. Não acredito que ele vai ter problema para bater o peso, acho que ele vai vir bem, muito preparado. E eu vou lutar de igual para igual, me redimir da última luta e mostrar para todo mundo que eu vim para ficar”, afirmou o Marlon, antes de completar.
“O Aldo é uma lenda do esporte, já enfrentou diversas situações, foi campeão por muito tempo. Ele quer lutar pelo cinturão e o UFC o colocou para lutar comigo. Eu sou o número um (do ranking). Vamos ver como ele vai reagir a essa mudança e como ele vai lutar nessa nova categoria. Ele é perigoso em todas as áreas, assim como eu. Então essa luta vai ser um jogo de xadrez. Quem mexer a peça errada, o outro que mexer a peça certa vai sair com a vitória”, sentenciou o peso-galo.
Ainda que tenha treinado na Nova União (equipe de Aldo), Marlon revelou que não se recorda de muitos momentos nos treinos com o adversário. Apesar disso, o lutador brincou que provavelmente levou a pior nos poucos momentos que dividiu com o rival na academia. Mesmo que a brincadeira tenha um fundo de verdade, o peso-galo afirmou que tanto ele quanto o oponente são dois lutadores diferentes hoje em dia, o que, na opinião do próprio, garantirá um grande espetáculo para o público no dia 14 de dezembro, em Las Vegas.
“Já estive na Nova União, inclusive o Dedé foi uma das pessoas que me ajudou na hora que eu mais precisava, mas isso já tem muito tempo e tudo muda no MMA. O cara que é seu melhor amigo hoje, amanhã você pode estar para lutar com ele. Nós somos profissionais. Os donos dos eventos querem colocar os melhores contra os melhores, então é uma coisa que acaba acontecendo”, comentou o lutador da American Top Team, antes de explicar sua relação com Aldo durante o período que passou na Nova União.
“Nós já treinamos (juntos), mas faz muito tempo. A gente se conhece, mas não se conhece ao mesmo tempo porque a Nova União, assim como a ATT, é uma academia com muito material humano e é muito difícil você treinar com um cara do calibre do Aldo. Quando eu cheguei lá, ele já era campeão. Nem lembro mais, acho que provavelmente ele deve ter me batido (risos). Mas agora nós somos dois atletas totalmente diferentes e eu tenho certeza que vai ser uma grande luta”, concluiu.
Em junho deste ano, Marlon – que vinha de quatro vitórias consecutivas – acabou derrotado por Henry Cejudo, em combate válido pelo cinturão peso-galo do Ultimate. Com o pensamento em recuperar o bom momento de forma gradativa, o brasileiro – atual número um do ranking da divisão – aposta que um triunfo sobre Aldo, no UFC Las Vegas, o ajude a se reaproximar do título da categoria.
Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.