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Mais magro, Werdum recorre a tática de sucesso no passado para UFC 249

Fabricio Werdum já foi campeão dos pesos-pesados do UFC – Diego Ribas

Após mais de dois anos sem atuar, Fabricio Werdum finalmente vai pisar no octógono novamente. Neste sábado (9), o brasileiro enfrenta o russo Alexey Oleinik no UFC 249, que será realizado na cidade de Jacksonville, na Flórida (EUA). E depois de tanto tempo afastado, o ex-campeão do peso-pesado da organização recorreu a uma velha tática que lhe rendeu sucesso quando conquistou o cinturão do Ultimate: treinar na altitude. Para fugir da pandemia de coronavírus em Los Angeles (EUA), cidade em que mora, o gaúcho se mudou com a família para sua casa nas montanhas, localizada em Big Bear, também na Califórnia, para finalizar o camp. E após meses de treinos, ele garante ter percebido resultados positivos.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag.Fight, o brasileiro destacou os benefícios que teve treinando na altitude antes de suas lutas pelo cinturão do UFC no fim de 2014 e meados de 2015, contra Mark Hunt e Cain Velásquez, que aconteceram na Cidade do México – 2,250 metros acima do mar. Apesar de não competir em uma cidade de grande altitude neste sábado, Werdum lançou mão desta atividade mais uma vez para evoluir em seu preparo físico e admitiu que sentiu bastante a diferença quando voltou ao nível do mar.

“Consegui adaptar bem o treinamento. Fomos para Big Bear, que tem uma montana lá perto. Quando cheguei lá decidi que faria o camp todo, lembrei das vezes no México, quando a altitude me ajudou demais. Realmente o gás é 100%. Umas vezes o (Rafael) Cordeiro foi lá, o (Renato) ‘Babalu’ também, mas a maioria das vezes foi tudo online. Meu irmão puxava a manopla para mim, o (Rubens Charles) ‘Cobrinha’ também, na parte física. Às vezes ficávamos umas duas horas online para cumprir o que queríamos”, disse, antes de afirmar que o cenário pode se repetir e ele tirar uma melhor atuação novamente por conta dos treinos nas montanhas.

“Acredito que sim (vai me ajudar de novo). Como passei por essa experiência boa na altitude, tive até uma ideia de fazer um CT nessa minha casa. Faz uma diferença absurda, é impressionante. No início é difícil, mas depois… Já voltei para Los Angeles, corri na rua e senti muito a diferença, estou bem demais na parte física e técnica também. O Cordeiro não deixou passar um detalhe, corrige tudo (risos)”, completou.

Além do gás extra que Werdum pretende levar para o embate contra o russo, o brasileiro também melhorou seu físico. Visivelmente mais magro, o brasileiro revelou que está com um peso abaixo do costume e aprovou o resultado. Embora admita não ser fã de fazer dieta, o peso-pesado adiantou que planeja aderir à uma alimentação mais balanceada para se manter mais em forma e aproveitar esse fator nas lutas.

“Agora estou com 110 kg. Não foi mais porque eu não quis (risos). Acho que vai me ajudar bastante. Na verdade eu sempre perco o peso, mas às vezes deixava de lado. A ansiedade, a vida do atleta é difícil, no meu caso atrapalhava demais. Nunca fui um cara de dieta na minha carreira toda. Se você perde uma luta, talvez muita gente não te critique. Mas quando perde e está mal fisicamente, chove críticas. Quem não gosta de estar bem fisicamente? Não sou atleta de corpo bonito (risos). Mas depois da luta quero comer besteira, hamburguer, pizza. Só penso em evitar coca-cola, essas coisas. Vou tentar manter a forma. Minha esposa até brinca comigo e reclama que tenho que perder peso”, explicou o ‘Vai Cavalo’.

Inicialmente Werdum estava escalado para fazer sua luta contra Oleinik em São Paulo. Porém, com o ginásio do Ibirapuera cedido a um hospital de campanha devido à pandemia de coronavírus, o Ultimate levou o evento para os Estados Unidos. Apesar dessa indefinição de quando faria seu confronto, o brasileiro recordou um episódio parecido em que viveu no MMA para tirar de lição e não cometer os mesmos erros.

“Eu já tive uma situação na carreira, quando fui enfrentar o Overeem, no Strikeforce que minha luta foi cancelada umas três vezes. Eu segui treinando e passei do ponto, tive overtraining. O medo era esse. Mas que bom que a data ficou a mesma. Lógico que gostaria de lutar no Brasil, com a galera toda, mas fico feliz de lutar. Depois dessa indecisão deu uma desanimada, mas reanimei rápido”, finalizou.

No MMA desde 2002, Fabrício Werdum acumula cartel com 23 vitórias e oito derrotas, além de um empate. Depois de competir em eventos como Pride, Strikeforce e UFC, o gaúcho se tornou o único atleta a ser campeão do ADCC, do mundial de jiu-jitsu e dono do cinturão do Ultimate.

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