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Mackenzie Dern ignora críticas da torcida e mantém escolha de representar o Brasil no UFC

Mackenzie Dern tem luta marcada contra Ariane Carnelossi no dia 25 de abril – Diego Ribas

A relação entre ídolos e fãs é de uma complexidade difícil de ser analisada, em especial no Brasil. Taxados de exagerados e por vezes ingratos, nossos torcedores costumam enaltecer e depositar expectativas exacebadas ao primeiro sinal de sucesso de um competidor. No entanto, quando os resultados negativos aparecem, a avalanche de críticas nas redes sociais é inevitável, compondo o clássico modelo ‘8 ou 80’, que fez de Mackenzie Dern sua mais nova vítima.

Americana filha de um lutador brasileiro, Mackenzie nunca escondeu sua paixão pelo país a ponto de representar as cores verde e amarela no octógono durante seus combates de MMA. E tudo ia bem até que, em sua última apresentação, a peso-palha (52 kg) foi superada por Amanda Ribas por pontos e deu adeus à sua invencibilidade de sete luta no MMA. Foi o que bastou para que as críticas ganhassem força.

“Senti muitos brasileiros: ‘Ah, não é brasileira de verdade’. Só porque eu perdi. Recebi muitas críticas especificamente dos brasileiros sobre a minha derrota, dizendo que eu mereci. Isso me deu um pouco… Posso representar o Brasil ou os EUA, mas escolhi o Brasil, pelo meu coração, pelo que fiz no jiu-jitsu”, justificou a jovem de 27 anos durante entrevista para a reportagem da Ag. Fight.

Filha do faixa-preta Wellington ‘Megaton’, Mackenzie colecionou títulos mundiais com e sem kimono na arte suave antes de migrar para o MMA. E é com esse passado no jiu-jitsu em mente que ela optou por, apesar das críticas, seguir representando o Brasil no octógono. Ao menos até ela atingir uma curiosa meta.

“É tudo o que posso para agradecer e representar meu pai. Decidi escolher continuar com o Brasil, mas preciso vencer uma com a roupa amarela (risos). Não quero que meu único resultado de amarelo seja uma derrota (risos). Mas, sim, fiquei triste de ver que os fãs olharam desse jeito”, descontraiu.

Cumprindo a lei de quarentena na cidade de Los Angeles (EUA), como medida de prevenção contra a expansão da pandemia do coronavírus, Mackenzie segue treinando sem a possibilidade de fazer sparring. Sua meta até o momento é se apresentar no dia 25 de abril, data em que encara a compatriota Ariane Carnelossi no cage – isso, claro, caso o evento seja mantido.

Editor da Ag Fight e colunista do UOL, Diego Ribas cobre MMA desde 2010 e atualmente mora em Las Vegas

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