Nascido sem as duas pernas, devido a uma rara doença chamada Síndrome de Regressão Caudal, que impede o desenvolvimento de parte da coluna vertebral, Zion Clark serve como inspiração para muitos, tanto no esporte quanto fora dele. Mas por pouco sua história de superação não pôde ser contada para o mundo.
Em entrevista ao quadro ‘Real Sports’ do canal ‘HBO’, Zion admitiu que chegou a atentar contra a própria vida ainda na infância. Abandonado pela mãe ao nascer, o jovem de 25 anos passou por vários orfanatos do sistema de adoção durante a juventude, e não teve uma vida fácil, sofrendo com abusos físicos e mentais. E foi no esporte que o norte-americano encontrou a motivação necessária para seguir em frente, apesar dos problemas.
“Tentei cometer suicídio várias vezes quando criança. Tinha dez anos (quando tentei cometer suicídio pela primeira vez). Não havia outra opção. Não me alimentava, não tomava banho, estava preso e, além disso, se expressasse minha própria opinião, levava uma surra. Então estava exausto. Preferia dormir para sempre do que lidar com a m*** que estava passando. Se não fosse o wrestling, provavelmente estaria nas ruas permanentemente e provavelmente teria morrido de overdose”, revelou Zion.
O esporte como salvação
Além de ter se destacado no atletismo, onde detém alguns recordes mundiais em modalidades adaptadas, Zion Clark também fez sucesso no wrestling, no qual competiu no nível colegial. No ano passado, o atleta deu um passo ainda mais impressionante ao estrear no MMA profissional com vitória sobre Eugene Murray, por decisão unânime dos juízes, no evento ‘Gladiator Challenge’, realizado na Califórnia (EUA).
A história de superação e o exemplo dado pelo norte-americano ganhou destaque no mundo das lutas, a ponto de grandes astros do MMA expressarem publicamente apoio, como foram os casos de Conor McGregor e Jon Jones, os dois maiores nomes do UFC na atualidade. Chegar ao Ultimate, por sinal, parece ser um dos grandes objetivos de Zion Clark na carreira, e, após passar por tantos obstáculos, quem vai dizer que esse sonho é impossível?