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Khabib esnoba possível revanche contra McGregor: “Querem ver drama”

Conor McGregor mira uma revanche contra Khabib Nurmagomedov – Diego Ribas

Ao que tudo indica, a vitória relâmpago de Conor McGregor sobre Donald ‘Cowboy’ Cerrone no UFC 246, em janeiro deste ano, não foi o suficiente para convencer Khabib Nurmagomedov de que o irlandês merece uma revanche pelo título peso-leve (70 kg) da organização. Ao site ‘TMZ Sports’, o russo criticou a escolha do último adversário de seu desafeto, que, segundo ele, não acrescentou esportivamente à volta por cima de ‘Notorious’. Além disso, o campeão fez questão de ressaltar que um segundo duelo entre eles só faria sentido financeiramente e pela rivalidade nutrida desde o primeiro encontro.

Em busca de uma revanche desde a derrota sofrida por finalização em outubro de 2018, McGregor – que passou um longo período afastado dos octógonos – visava demonstrar com a boa apresentação diante de Cerrone que merece uma nova chance de enfrentar Khabib. Ainda que tenha aparentemente persuadido Dana White – presidente do Ultimate – a lhe conceder seu desejo, o irlandês não parece ter feito avanços quanto ao convencimento do campeão dos leves. Firme no pensamento de que Conor deveria pavimentar novamente seu caminho rumo ao ‘title shot’ com triunfos sobre os principais concorrentes da divisão, Nurmagomedov diminuiu o feito do desafeto ao lembrar do histórico recente de ‘Cowboy’, além de citar o fato do confronto ter sido disputado no peso-meio-médio (77 kg).

“Cowboy sempre perde todas as suas lutas principais. Sempre. Eu não me lembro quando ele venceu. Nas últimas dez lutas, eu acho que ele perdeu seis ou sete. Ele não é um peso-leve ou meio-médio de alto nível no momento. Ele não é. Claro que ele tem um grande nome, mas o tempo dele acabou. Conor escolheu um oponente muito bom (para ele). Agora ele voltou e venceu Cowboy, que perdeu sete das últimas 11 lutas e eles falam: ‘Ok, esse cara (McGregor) está de volta’. Não, ele tem que lutar com oponentes realmente duros como Justin Gaethje ou alguém do tipo. Ele tem que voltar para a divisão dos leves, tem que cortar peso. Essa é só a minha opinião”, explicou Khabib.

O apelo por uma possível revanche contra McGregor é tamanho que, mesmo com luta marcada contra Tony Ferguson para o próximo dia 18 de abril, no UFC 249, Khabib escuta ao menos uma pergunta sobre o desafeto na maioria de suas entrevistas. Apesar de entender o valor promocional de um segundo encontro contra o ex-campeão peso-pena (66 kg) e peso-leve do Ultimate, o russo se nega a reconhecer o aspecto esportivo em uma nova batalha contra Conor.

“Eu acho que as pessoas querem ver a gente continuar o que aconteceu na última vez. Elas querem ver o drama. Se você perguntar para as pessoas: ‘O que vocês acham, quem vai vencer?’. 99 por cento vai dizer: ‘Khabib, como na primeira vez’. As pessoas querem apenas ver um grande espetáculo dramático, só por essa. Se nós falarmos sobre dinheiro, isso é bom. Se falarmos sobre drama, isso é bom. Se falarmos sobre desafiantes do peso-leve reais, ou uma luta de título peso-leve, isso não é bom. Essa não é uma luta de título real. Mas se falarmos sobre drama e dinheiro, com certeza é bom. Mas eu venho aqui para o show, para fazer meu legado. Pelo meu legado. Eu tenho que bater oponentes difíceis como Dustin Poirier, como Iaquinta, como outros caras. No momento é o Tony Ferguson. Tenho que vencer todos eles, os concorrentes reais, não os falsos concorrentes”, concluiu Nurmagomedov.

Antes de se preocupar com uma hipotética revanche contra Conor McGregor, Khabib Nurmagomedov precisa defender seu cinturão diante de Tony Ferguson no próximo dia 18 de abril, na luta principal do UFC 249, que será realizado no Brooklyn (EUA). Já o irlandês pode optar por se manter na ativa enquanto aguarda uma definição sobre uma possível segunda peleja contra o russo. Rumores recentes apontam para a possibilidade de um duelo contra Justin Gaethje, atual quarto colocado no ranking peso-leve da entidade.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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