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Johnny Walker revela ‘calote’ de ex-técnico como um dos motivos para rompimento
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por
Carlos Antunes
Após um início de 2019 avassalador, com duas vitórias por nocaute, Johnny Walker conheceu seu primeiro revés no Ultimate, em novembro. Uma das explicações para o atleta não repetir as primeiras atuações e ter esse resultado negativo teria sido o acúmulo de problemas pessoais às vésperas do duelo contra Corey Anderson, no UFC 244. E a relação com agora seu ex-treinador, Leonardo Gosling, fez parte desse cenário. Segundo o atleta, a convivência entre eles estava desgastada há tempos e culminou com um episódio no fim do ano.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag.Fight, Johnny afirmou que seu ex-treinador acabou lhe dando um calote. Tudo começou com a ideia de ‘Leo’ em fechar uma parceria com uma academia na Tailândia. Porém, depois de meses, o lutador descobriu que não havia nada fechado no país asiático e que ele teria sido enganado.
“Depois da minha cirurgia (no ombro), eu estava em Los Angeles e meu treinador queria fazer uma parceria com uma academia na Tailândia. A gente se mudaria para lá, colocaria meu nome e ele daria umas aulas também. Mandei 30 mil dólares (cerca de R$ 123 mil), confiando, né?! Mas acabou que ele não deu aula nenhuma, eu não tinha nada de direito lá e eu perdi 30 mil dólares. Estava com muitos problemas com ele. Agora estou liberto”, afirmou.
Atualmente sem head coach, Johnny iniciou a procura para quem vai assumir esse posto. Para o UFC Brasília, que acontece dia 14 de março, o brasileiro vai treinar com Firas Zahabi, líder da Tristar Gym e ex-técnico de Georges St-Pierre, em Montreal (CAN). No entanto, ele não descartou voltar a fechar uma parceria com John Kavanagh, da SBG Ireland e atual treinador de Conor McGregor, com quem trabalhou recentemente.
“Uns amigos assistiram o podcast do Joe Rogan e ele perguntou quem o Firas gostaria de treinar, que tinha um potencial para ser campeão, já que ele já tinha treinado o St-Pierre. Ele disse que sou um grande nome, que gostaria de trabalhar comigo. Que eu ia aprender com ele e ele comigo. Depois que soube disso entrei em contato com ele. Estou sem head coach e procuro um para ficar comigo”, explicou o brasileiro, emendando o raciocínio.
“Eu também tive essa experiência na Irlanda, com o John Kavanagh. Então vou escolher um dos dois, ver qual que eu gosto mais. Ou ele ou o Firas. Quero parar em algum lugar, criar raízes”, completou o brasileiro, que também adiantou que já está se programando para se mudar de vez para Las Vegas (EUA).
Atualmente entre os 15 primeiros do ranking dos meio-pesados, Johnny admitiu que poderia estar mais perto do topo da divisão, caso não tivesse perdido para Anderson. Entretanto, o atleta afirmou que já deixou esse revés para trás e tem plena confiança que pode recuperar seu espaço neste ano para se aproximar de uma chance por título.
“Não gosto de ficar escolhendo lutas como muitos fazem. Quem vier, eu encaro. No ano passado eu passei sete meses sem lutar por conta da cirurgia no ombro. Esse ano quero lutar mais, umas quatro ou cinco vezes para chegar mais próximo do top, continuar fazendo barulho e pegar esse cinturão ainda em 2020 ou, no máximo, no início de 2021. Ganhando essa e mais uma eu já vou começar a pedir meu title shot”, explicou.
Desde que estreou no UFC, em 2018, Johnny chamou a atenção por ter um estilo agressivo de lutar aliado a um alto astral e um carisma singular. Para o carioca, falta mais essa característica aos seus compatriotas.
“Tem gente que leva muito a sério, acha que tem que ser arrogante, meter uma de brabo. Mas é só uma profissão. Eu levo como estilo de vida, normal, como qualquer trabalho. O Brasil necessita de gente assim. Tem o Michel (Pereira) que é assim também, sempre com alto astral. Mas precisamos de gente que mostre respeito, mas com uma energia bacana para mudar o que muitos pensam da gente”, completou o atleta de 27 anos.