Johnny Eduardo viu seus fãs se questionarem se ele ainda teria fôlego para, aos 39 anos e afastado dos octógonos desde junho de 2018, retornar ao Ultimate. Talvez por isso, o peso-galo (61 kg) quebrou o silêncio e revelou o motivo de ter ficado tanto tempo sem atuar, além de ressaltar que já está apto para competir novamente na organização. E no que depender da vontade do brasileiro, o público vai poder matar a saudade de vê-lo em ação em breve.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag.Fight, o atleta da Nova União contou que fraturou o dedo da mão no início de 2019 e teve complicações em decorrência desta lesão. Por isso, ele não pôde se apresentar como gostaria. Agora liberado pelos médicos e treinando normalmente, o veterano cogita atuar em março ou abril – mas mantém os pés no chão.
“Ainda tenho contrato com o UFC e estamos vendo quando vamos voltar. Fraturei o dedo do início do ano passado, quebrei ele em três lugares, fiquei seis meses parado e não podia fazer cirurgia. Depois o dedo calcificou de uma forma ruim, não conseguia fechar direito. Mas agora está tudo certo e estou me preparando bem. Quero voltar o quanto antes. Por mim seria logo o mês que vem (risos). Mas meu treinador vai me avaliar e decidir com calma isso”, disse.
Com 39 anos, Johnny é o lutador do Ultimate que está há mais tempo no MMA. Sua estreia na modalidade foi em 1996, quando ainda tinha recém completados 16 anos. Com essa longevidade no esporte e se mantendo alto nível no UFC, o atleta foi um dos maiores alvos da USADA (agência antidoping americana), mesmo sem atuar. Para ele, a explicação é simples.
“A USADA está me testando direto. Nem sei exatamente quantas vezes me testaram (risos). Acho que tudo isso corresponde a qualidade de vida. Não comecei nas artes marciais agora, minha vida vem de uma história, meu pai foi oriundo de uma arte marcial, era professor. Isso vem de família, vem de berço. Tudo começou muito cedo”, justificou o lutador, que adiantou que, mesmo com essa idade, ainda não cogita parar de lutar MMA.
“Existem momentos difícies na carreira de um lutador que ele pensa em parar de lutar, mas existe algo mais forte que o mantém. Estou na flor da idade, cheguei no ápice da forma física, então não penso em parar, até porque as lesões que tive aconteceram porquê fazias coisas erradas, de forma diferente, era cabeça dura. Agora tenho outra visão”, contou.
Com um estilo da “velha guarda”, Johnny gosta de desafiar adversários da categoria e já escolheu seu novo alvo. Aliás, é um velho conhecido: Eddie Wineland. A explicação para conceder essa revanche seria uma série de provocações do americano.
“O Eddie Wineland estava me provocando, andou me chamando nas redes sociais, até num tempo que estava na Inglaterra. Seria uma boa dar uma revanche para ele. É um grande nome. Mas não escolho adversários, então tenho que estar pronto sempre”, completou o brasileiro, que venceu Wineland por nocaute, ainda no primeiro round da disputa, em 2014.