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Gilbert ‘Durinho’ justifica lutas com pouca antecedência como chance de se manter ativo

Gilbert ‘Durinho’ acumula 16 vitórias e apenas três derrotas em seu cartel – Leandro Bernardes

Vindo de vitória sobre Alexey Kunchenko há um mês, Gilbert ‘Durinho’ Burns encara Gunnar Nelson neste sábado (28), pelo UFC Dinamarca. Esta é a segunda vez consecutiva que o brasileiro aceita substituir outro lutador com poucos dias de antecedência para a realização do combate, desta vez entrando na vaga do compatriota Thiago ‘Pitbull’ Alves. Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, o atleta revelou que a arriscada tática faz parte de sua estratégia em manter-se o mais ativo possível na carreira.

O planejamento vem de encontro com a recente mudança de categoria. Já que, de acordo com ‘Durinho’, o brusco corte a que era submetido no peso-leve (70 kg) inviabilizava a possibilidade de aceitar tantas lutas em um curto espaço de tempo. Agora nos meio-médios (77 kg), o brasileiro afirmou que será uma constante vê-lo competindo com maior frequência.

“Na verdade eu sempre quis fazer isso (estar ativo o máximo possível), mas no peso-leve não dava para ficar cortando peso direto. Agora, como eu corto bem menos, dá para fazer. É uma busca por estar ativo, estar competindo, evoluindo, treinando. E eu também não tenho medo de perder, vão acontecer derrotas, mas eu não tenho medo de falhar. Estou lá para me testar, para melhorar. É uma coisa pessoal, quero estar sempre ativo. Desde criança, minha vida no jiu-jitsu foi de estar sempre competindo, então é algo que está dentro de mim”, contou Burns, antes de explicar os benefícios e prejuízos de aceitar uma luta com pouco tempo de antecedência para o evento.

“Tem prós e contras. Para essa luta específica, eu vinha treinando muito jiu-jitsu para o ADCC, que é no mesmo dia do evento do UFC. Então, eu já estava me preparando forte, fazendo muita preparação física, muito cardio, jiu-jitsu, wrestling. Treinando para competir na mesma data. Estava em um peso bom também. (O contra é que) Eu tive uma semana de treinos para me preparar (para o Gunnar) e na semana da luta já estou aqui (na Europa). Mas eu fiz na última luta e vi que é possível realizar. Outro ponto positivo, é que o Gunnar Nelson ia lutar contra o Thiago Alves, que é um lutador com um jogo totalmente diferente do meu, um cara da trocação. Então, eu acho que ele pode ter sido pego de surpresa”, declarou o atleta natural de Niterói (RJ).

Em seu último combate, ‘Durinho’ substituiu o Laureano Staropoli e venceu por pontos o russo Alexey Kunchenko, no UFC Uruguai. Apesar de admitir que a ajuda que tem dado à organização, ao aceitar salvar lutas em cima da hora, possa fazer seus dirigentes enxergá-lo com bons olhos, o lutador demonstrou consciência de que precisa ter boas apresentações dentro do octógono para crescer na nova categoria.

“Acho que depende muito da minha performance. São situações que o UFC deve ver com bons olhos, especialmente se eu conseguir a vitória. É sempre bom agradar o patrão e deixá-lo feliz com nosso trabalho. Não vai ser a última vez que isso vai acontecer (pegar lutas em cima da hora). Quero muito essa vitória, que pode me projetar muito nessa categoria, ainda mais se eu conseguir uma finalização ou um nocaute. Mudei de categoria agora e os planos de ser campeão continuam os mesmos. Enquanto eu não me colocar no top 5 da categoria, estar no topo do ranking, eu preciso seguir trabalhando ainda mais”, concluiu Gilbert.

O confronto entre ‘Durinho’ e Nelson vai colocar frente a frente dois especialistas no grappling. O brasileiro – que vem de três vitórias consecutivas no UFC – conquistou metade de suas vitórias por finalização. Já o islandês, acumula incríveis 12 finalizações em seus 17 triunfos na carreira.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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