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Federação traça meta para fortalecer o MMA na França e pode receber UFC em 2020

Jean Baptiste, Lionel Bréséphin e a ministra do esporte francesa – Arquivo Pessoal

Com o MMA em expansão no mundo, um grande país, com histórico de formação de atletas importantes nas artes marciais, faltava receber eventos da modalidade. Até o fim de janeiro deste ano, a França não tinha legalizado a disciplina, o que freava a ida de qualquer evento interessado para o território. No entanto, com a liberação do esporte, agora a missão da Federação Francesa de MMA (FMMAF) é trabalhar para desenvolvê-lo e abrir as portas para a realização de shows, como o UFC, até o final deste ano. Para isso, o diretor administrativo da entidade, Jean Baptiste Marsaud, adiantou quais são os próximos passos.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag.Fight, o dirigente, que trabalha ao lado de Lionel Bréséphin e Johnny Frachey neste projeto, adiantou que com a legalização do MMA, agora a meta é solidificá-lo no país. Para isso, o processo será dividido em duas etapas: a primeira, a curto prazo, para definir as direções estratégicas para o futuro da modalidade, e assim obter todas as licenças necessárias. E a segunda é solidificar as fundamentos implantados com relação ao ambiente do MMA, para que isso defina o curso de ação para os próximos anos.

“O objetivo da federação é unir os atletas nessa disciplina. A prática do MMA não é nova na França, mas não havia um projeto de desenvolvimento comum. Teremos de reunir toda a comunidade do MMA em torno do mesmo projeto, para que a disciplina ocupe um lugar forte no movimento esportivo francês nos próximos anos”, afirmou o dirigente.

Dessa maneira, apesar da liberação do esporte, ainda vai demorar mais um tempo para que o país, enfim, receba algum evento esportivo da modalidade. No entanto, com o apoio da Federação Francesa de Boxe, já existe conversas com diversas organizações que desejam realizar shows no país. Com cautela, Jean Baptiste, além de estipular um prazo até o fim do ano para que todas as franquias cheguem à França, admitiu que a pandemia de coronavírus também precisa ser contida, para depois pensar em sediar alguma edição.

“A Federação Francesa de Boxe que hospeda o MMA, está em contato com várias organizações internacionais, como o UFC e Bellator. As trocas são frutíferas e as franquias apreciam o trabalho realizado em termos de desenvolvimento pela federação. A situação atual nos obriga a ser extremamente cautelosos com relação aos eventos até o final de 2020. Atualmente, respeitamos o cronograma que estabelecemos. A ideia é poder receber eventos grandes de MMA na França depois de setembro, no final de setembro”, explicou o cartola, antes de completar que, apesar de Paris ser a cidade mais atrativa para as ligas, a intenção da Federação é aproveitar todo o território francês.

“Os maiores ginásios de eventos estão localizadas em Paris e na região de Paris. No entanto, desejamos criar uma forte rede territorial, por isso não estamos focando apenas na capital. Outras grandes cidades terão um papel a desempenhar na promoção e desenvolvimento da disciplina, para que o MMA seja um esporte por si só e que todos possam participar de eventos de qualidade, em qualquer lugar”, completou.

Durante muitos anos, o MMA foi tachado como uma modalidade sem regras e violento, e até não era considerado esporte por uma ala mais conservadora. Mas para Jean Baptiste Marsaud, a disciplina não vai sofrer preconceitos na França com sua entrada. Uma das justificativas é que ele atende a qualquer gênero, faixa etária e diferentes funções. Portanto, essa será uma das missões da Federação: levar as artes marciais mistas a todo o público.

“Há muito tempo o MMA sofre de uma imagem de violento, de um esporte inacessível ao público em geral, quando, na realidade, essa disciplina é benéfica por mais de uma razão e para todo o público: jovem, masculino, feminino, em ações visadas ao lazer, de maneira competitiva, para pessoas com deficiência e também aquelas que procuram o bem-estar. Ao criar diferentes métodos de prática, estamos determinados a oferecer a prática ao máximo de pessoas possível. Teremos que remover esse único rótulo esportivo ‘profissional’. O MMA não é só o que o público vê na TV. Existe uma percepção técnico-tática e física da disciplina com a qual devemos nos comunicar para evitar qualquer preconceito em relação ao MMA”, finalizou.

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