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Jon Jones interage com a imprensa durante a coletiva pré-UFC 285.
Jon Jones na coletiva de imprensa do UFC 285 - Louis Grasse/PxImages

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Ex-UFC aponta “hipocrisia” no discurso de Jon Jones ao criticar Francis Ngannou

O anúncio de Francis Ngannou como nova contratação da PFL parece ter colocado um ponto final em qualquer esperança que restava sobre um possível duelo entre o ex-campeão peso-pesado e o atual detentor do cinturão da categoria no UFC, Jon Jones. O desencontro entre os astros do MMA foi lamentado por muitos, inclusive pelo próprio camaronês, mas também serviu como uma espécie de arma para ‘Bones’ disparar críticas ao rival. No entanto, há quem se incomode com a postura do americano.

Ex-lutador do UFC, Ben Askren fez questão de apontar uma suposta hipocrisia no discurso de Jon Jones contra Francis Ngannou. Em participação por vídeo no canal do ‘Youtube’ de Daniel Cormier, o veterano recordou que, enquanto o camaronês ainda estava sob contrato com o Ultimate, o americano teve a oportunidade de enfrentá-lo dentro do octógono mais famoso do mundo, mas optou por se manter afastado das competições neste período.

Vale lembrar que ‘Bones’ ficou sem competir entre fevereiro de 2020 e março deste ano, sob a alegação de que estava se preparando fisicamente para fazer a transição definitiva da divisão dos meio-pesados (93 kg), na qual reinou praticamente absoluto por quase uma década, para os pesos-pesados. Neste período de tempo, Ngannou lutou três vezes, conquistou o título do UFC e ainda o defendeu em sua despedida da organização.

“O que eu achei ‘Wow, isso é muito estranho, quase hipócrita’ é que Jon escolheu ficar inativo por três anos. Ele escolheu não lutar. Eu não ligo para o que Jon faz, mas ele escolheu não lutar por três anos. Francis estava no UFC durante basicamente a totalidade desses três anos, e nós vimos outras pessoas subindo de divisões de peso. Ele teve muitas oportunidades de enfrentar Francis Ngannou. Agora Francis Ngannou quer dizer que é o ‘homem mais perigoso do planeta’, eu acho que ele deveria poder. Jon pode argumentar que ele também é? Claro. Mas Jon não pode dizer ‘você não pode fazer isso’. Porque Jon não o enfrentou por três anos”, afirmou Askren.

Ngannou trocou o UFC pela PFL

Quando ainda era o campeão dos pesados do UFC, Francis Ngannou entrou em rota de colisão com a organização. Durante as negociações por sua renovação contratual com a liga, o gigante camaronês exigiu maior valorização salarial e liberdade para atuar no boxe, um sonho antigo seu – pedidos que não foram atendidos em sua totalidade e fizeram com que ‘The Predator’ e o Ultimate não chegassem a um acordo.

Livre no mercado, o lutador africano recebeu interesse de inúmeras organizações de MMA e do boxe. Ao final, Ngannou escolheu assinar contrato com a PFL, que além de lhe conceder um substancial valor como salário, também prometeu bolsas milionárias aos seus futuros rivais na liga, liberdade para atuar no boxe e concedeu ao camaronês o posto de chairman da PFL África, organização que promoverá edições no continente africano a fim de fomentar o esporte e revelar novos talentos no continente de origem do ex-campeão do UFC.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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