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Ex-carcereiro, Taigro Costa disputa título do Future sonhando com UFC

Taigro venceu a primeira luta que fez no Future por finalização – Mayara Pernetti/Future MMA

Nos últimos dois meses, quatro lutadores do Future MMA firmaram contrato com o UFC: a peso-galo (61 kg) Karol Rosa, a mosca (57 kg) Ariane ‘Sorriso’, o médio (84 kg) Wellington Turman e o meio-pesado (93 kg) John Allan. Por isso, os atletas que entrarão no cage da organização brasileira nesta sexta-feira (26) têm – por motivos óbvios – a expectativa de chamar a atenção da maior liga de MMA do mundo. É o caso de Taigro Costa, que disputará o cinturão da categoria galo contra Herberth Índio e concedeu entrevista exclusiva à Ag. Fight.

Durante parte de sua carreira no MMA, Taigro precisou conciliar os treinos com outra atividade profissional. Até aí, esta é a realidade da grande maioria dos atletas no Brasil. O que é curioso é função que o peso-galo exercia: carcereiro. Trabalhando em uma penitenciária do Maranhão, ele tinha um regime de plantão de 12 horas, seguidas por 36 horas de folga. Ele explicou como se dividia neste período.

“Meu primeiro treino começava às 5h, minha preparação física. Aí eu ia para o serviço, chegava lá, pegava de 7 da manhã às 7 da noite. Saía de lá direto para a academia, para treinar jiu-jitsu e MMA. Era uma carga de horário muito puxada, mas, graças a Deus, sempre consegui conciliar o trabalho com a academia. Depois, as coisas foram acontecendo, os patrocínios foram aparecendo, empresário, e fui tendo um suporte maior”, contou.

Costa lembrou também como era o trabalho na penitenciária. Segundo o lutador, apesar de a atividade dentro de um complexo prisional sempre incluir muita tensão, já que a qualquer momento algum tipo de rebelião ou briga pode acontecer, nunca houve algo tão grave quanto um motim em suas horas de labuta.

“Quando você trabalha em qualquer outro serviço que não seja presídio, você trabalha despreocupado. Mas, quando fala ‘presídio’, é uma coisa complicada. Todo mundo toma um choque. Mas graças a Deus, de todos os problemas que tem dentro de um presídio, nunca passei por um momento crítico, sempre soube controlar a situação lá dentro. E, graças a Deus, em todos os meus plantões, nunca teve alteração”, falou.

‘Urso Branco’ só perdeu dois combates nos últimos quatro anos, ambos na Rússia, pelo ACB – organização agora conhecida como ACA. E ele contesta uma das derrotas, para Adlan Bataev. Assim como vários brasileiros que competiram naquele país, Taigro alega que os juízes laterais beneficiaram injustamente o lutador da casa.

“Minha primeira luta na Rússia (contra Mukhamed Kokov) realmente eu perdi. Mas a segunda luta, pode pegar, assistir, você vai tirar as suas conclusões. Aquela luta eu ganhei, mas infelizmente, no país deles lá, os jurados deles deram a vitória para ele. Mas eu sempre procurei mostrar mais atividade e mais agressividade, em todas as minhas lutas. Uma eu perdi, tenho certeza de que eu perdi. Mas a segunda eu ganhei, mas infelizmente, no país dos outros, não tem como eles não puxarem sardinha para eles lá. Mas sei que essa luta, sendo no Brasil, vai ser totalmente diferente”, prometeu, antes de analisar suas chances de ganhar uma oportunidade no Ultimate.

“Só Deus sabe se vou entrar no UFC depois dessa luta ou não. Estou treinando. Não sei qual é o critério do UFC: se eles só querem nocauteador, só querem finalizador… Mas eu estou lá pronto para fazer um show, independentemente de quando a luta vai terminar. Vou fazer uma boa luta, indpendentemente do resultado. Vou  fazer um bom show para o público, pode ter certeza disso”, declarou.

O Future MMA 7 será realizado no Clube Atlético Indiano, em São Paulo (SP). O evento está previsto para começar às 18h e tem transmissão pelo aplicativo da organização – disponível para download na App Store e na  Play Store – e no canal oficial da liga no YouTube.

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