Siga-nos

Notícias

‘Em casa’ em Abu Dhabi, Davi Ramos celebra duelo no UFC diante de amigos

Davi Ramos retorna ao octógono do Ultimate no próximo sábado (7) contra Islam Makhachev, pelo UFC 242. O evento será realizado em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, região famosa por sua paixão pelas artes marciais – em especial o jiu-jitsu brasileiro. Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, o carioca – multicampeão na arte suave – comentou sobre a emoção de competir no local que frequenta há quase uma década, e em que coleciona amizades.

Além do apoio aos diversos brasileiros que migraram para dar aulas de jiu-jitsu, o Sheik Tahnoon Bin Zayed Al Nahyan, grande entusiasta da modalidade, ajudou a criar o ADCC (Abu Dhabi Combat Club), uma das principais competições de grappling do mundo, que atualmente é disputada de dois em dois anos. Davi Ramos, que conquistou a medalha de ouro na categoria até 77 kg do torneio na edição realizada em São Paulo em 2015, contou – em conversa com a Ag. Fight – que frequenta Abu Dhabi desde 2011, quando competiu pela primeira vez nos Emirados Árabes Unidos, e comemorou o fato de poder se apresentar no UFC diante dos amigos que mantém na região.

“É uma sensação ótima. Venho para Abu Dhabi desde 2011, quando competi aqui nos Emirados Árabes pela primeira vez. E desde então, eu venho praticamente todos os anos. Tenho amizade com muitas pessoas aqui. Lutar aqui me deixa muito feliz, especialmente pelos brasileiros que trabalham aqui com jiu-jitsu. Sei que vou ter todo o apoio deles e do pessoal do Brasil, que vai me ajudar a sair com a vitória no sábado”, declarou o peso-leve (70 kg), que está há três semanas em Abu Dhabi, onde finalizou sua preparação para o combate do próximo sábado contra Makhachev.

Governada pelo Sheik Mohammed Bin Zayed Al Nahyan, príncipe herdeiro do Emirado de Abu Dhabi, a região do Oriente Médio investe pesado no jiu-jitsu. Introduzida por seu irmão mais novo, o Sheik Tahnoon Bin Zayed Al Nahyan – que foi inicido na modalidade na ‘Gracie Barra San Diego’ nos anos 90, quando estudava nos Estados Unidos –, a arte suave é obrigatória em escolas e nas Forças Armadas, além de ser praticada pela polícia.

Apesar de ser originário do jiu-jitsu, Davi reconhece a necessidade de treinar outras modalidades para evoluir no MMA. Ainda que ele saiba que não pode abandonar a arte em que possui maior competência, o lutador afirmou que seu crescimento na trocação já o deixa tranquilo para encarar os melhores da categoria na luta em pé.

“Eu venho me preparando para ser campeão e venho treinando bastante todas as áreas do MMA, sem deixar de dar atenção ao que eu faço de melhor (jiu-jitsu). Isso é o mais importante e eu não quero deixar nunca de focar no jiu-jitsu, mas hoje eu me sinto confortável para lutar em pé contra qualquer um da divisão. Espero que a minha primeira vitória por nocaute no UFC aconteça em breve, estou treinando muito para isso”, afirmou.

Seu adversário, Islam Makhachev, vem da forte escola russa de sambo e wrestling. Entretanto, o brasileiro, que se considera amplamente superior na luta de chão, declarou não acreditar que o russo tente derrubá-lo inicialmente no confronto.

“Eu não acredito que ele vá tentar me levar para o chão. Apesar de ser forte no wrestling, eu acredito que, inicialmente, ele vai querer manter a luta em pé. Não sei se ele vai querer me colocar para baixo, até porque eu sou muito melhor do que ele no grappling”, concluiu o brasileiro.

Davi Ramos estreou no UFC ao aceitar, com pouco mais de uma semana de antecedência, um combate na categoria meio-médio (77 kg) contra o compatriota Sérgio Moraes, válido pelo UFC Fortaleza, em março de 2017. Afetado pelo pouco tempo de preparação, o lutador acabou derrotado na decisão dos juízes. De volta a sua categoria original, o peso-leve acumula quatro triunfos consecutivos pela organização desde então, sendo o último deles contra Austin Hubbard em maio deste ano.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

Mais em Notícias