Edson Barboza está próximo de completar dez anos de UFC – Rigel Salazar
Após 22 lutas e quase dez anos de serviços prestados ao UFC, Edson Barboza surpreendeu o mundo do MMA ao utilizar suas redes sociais para pedir sua saída da organização. O pedido não foi atendido e o Ultimate escalou o veterano para o evento do próximo dia 16 de maio, em Jacksonville, na Flórida (EUA), onde fará sua estreia no peso-pena (66 kg) diante do havaiano Dan Ige, atual 15º colocado no ranking da divisão.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, Edson ressaltou a boa relação com o UFC, mas justificou o pedido de liberação justamente por não ter tido nenhuma luta marcada nos últimos meses. Afastado dos octógonos desde setembro de 2019, quando foi superado por Paul Felder em decisão dividida dos juízes, o lutador natural de Nova Friburgo (RJ) revelou que pediu ao seu empresário, Alex Davis, para buscar um novo confronto e avisar que estava preparado para voltar a competir a partir de dezembro, mas não recebeu resposta por parte do Ultimate. Adepto da estratégia de se manter o mais ativo possível, Barboza culpou a criação do ranking pela diminuição da oferta de combates por ano.
“A relação com o UFC sempre foi ótima, eu nunca tive problema nenhum, muito pelo contrário. Trabalho pelo UFC há quase dez anos, então sou muito grato por tudo. Mas eu pedi para lutar desde dezembro. Eu lutei com o Felder, não me machuquei, e falei: ‘Alex, por favor, já pede uma luta, para lutar em dezembro’. Só que passou dezembro, janeiro, fevereiro, março e eles não me davam luta. Então, imagina. Eu treinando muito, querendo lutar e não aparecia luta”, contou Edson Barboza, antes de completar.
“Eu não sei se eu queria sair do UFC. Na verdade, eu queria lutar. Como eu falei, se eles não me dessem uma luta, então que me deixassem ir embora que eu iria procurar trabalho em outro lugar. Porque eu preciso lutar, é isso que eu faço, é isso que eu amo, é isso que sustenta minha família. Então, eu acho que foi um pouco disso, de querer trabalhar. O problema é que depois que começou o ranking, o pessoal começou a lutar menos. Mas eu gosto de lutar o máximo possível. Então, ficar lutando duas, três vezes por ano eu acho muito pouco. Eu quero sempre trabalhar mais”, afirmou.
Satisfeito por finalmente ter uma luta marcada, Edson decidiu fazer desta um recomeço. Com toda sua trajetória pelo UFC feita no peso-leve (70 kg) e sem perspectiva de disputar o cinturão da categoria no futuro próximo, o lutador se viu em busca de uma motivação extra para sua carreira e optou por descer para os penas. A escolha, de acordo com ele, foi sustentada no fato de manter uma alimentação regrada mesmo fora de competição, o que diminui o desgaste do corte de peso adicional para atuar na nova divisão.
“Eu tenho 22 lutas no UFC e vou completar dez anos no UFC. Então, já estava ficando um pouco chato para mim. E na categoria 155 (70 kg) eu tinha lutado com a maioria e, se você parar para ver minhas últimas lutas, sempre com um cara que estava atrás de mim no ranking. Eu estava precisando de uma motivação diferente, uma motivação extra. Não que eu não teria me motivado para continuar lutando, claro que não, eu amo o que eu faço. Mas eu estava precisando de uma motivação diferente. Um dia conversando com meus amigos, meu cunhado, eu falei: ‘Por que não?’. E conversei com meus treinadores e eles falaram a mesma coisa: ‘Por que não? Vamos tentar’. E eu decidi descer de categoria”, explicou o atleta da ‘American Top Team’, antes de comentar sobre a sua dieta.
“A dieta para mim é muito fácil. Eu sou muito regrado, sou um cara que nunca fiz dieta na minha vida e continuo não fazendo. Eu me alimento bem sempre, o tempo todo. Não sou aquele cara que sai comendo tudo que vê pela frente quando não tem luta. Se você observar minhas fotos, eu estou sempre no shape, com peso igual. Esse foi um dos motivos que me levaram a descer de peso também, porque eu sei que se eu segurar um pouquinho eu consigo bater 145 (66 kg)”, concluiu.
Aos 34 anos, Edson Barboza soma 20 vitórias e oito derrotas em sua carreira no MMA profissional. Pelo UFC, onde compete desde novembro de 2010, o lutador fluminense acumula 14 triunfos e oito reveses, sendo quatro deles em suas últimas cinco lutas.
