Deiveson Figueiredo mira cinturão dos pesos-moscas (57 kg) do Ultimate – Marcel Alcântara
No dia 23 de março de 2019, Deiveson Figueiredo conheceu o sabor da derrota pela primeira vez na carreira. Com um cartel irretocável – 15 vitórias – até então, o ‘Deus da Guerra’ viu seu adversário na oportunidade, Jussier ‘Formiga’, sair com o braço erguido e pôr fim a sua invencibilidade no MMA. No entanto, o peso-mosca (57 kg) revelou para a equipe de reportagem da Ag Fight que as circunstâncias em que ele enfrentou seu rival compatriota estavam longe das ideais.
Quando o confronto diante de Jussier foi oferecido, Deiveson estava com uma lesão no púbis. Mas apesar da limitação, o lutador aceitou entrar em ação pois precisava competir para amenizar sua situação financeira ‘apertada’ – impulsionada ainda mais pelo recente nascimento do filho. Portanto, mesmo sem conseguir se preparar da maneira apropriada devido ao incômodo na região machucada, Deus da Guerra encarou o desafio.
“Eu vim de muitos problemas na minha vida, estava meio desfocado e com uma lesão que não me deixava treinar, no púbis. Então quando fecharam a luta com o Formiga, estava nessa situação de problema pessoal, então eu tive que aceitar a luta porque estava necessitado. Mesmo sem treinar eu vim para a luta, estava se treinadores, estava complicada a minha vida”, revelou Figueiredo, antes de conceder mais detalhes de sua vida pessoal.
“Não me deixou treinar legal essa lesão, treinei para lutar com ele 1 mês e 15 dias, não deu para fazer o que eu treinei. Pois é (aceitei por dificuldade financeira), estava bem complicado, ‘bebezinho’ nascendo, meu filho nasceu e eu já estava ali no limite de grana, tinha que lutar”, completou o peso-mosca.
Recuperado da lesão e pronto para fazer as pazes com a vitória, Deiveson volta aos octógonos neste sábado (27), contra Alexandre Pantoja, no UFC 240, com sede em Edmonton (CAN). O confronto entre brasileiros pode aproximar o vencedor de uma disputa de cinturão, já que Deus da Guerra e seu rival ocupam, respectivamente, a quarta e a terceira posições do ranking da organização.
E como se não bastasse, os atletas têm outro motivo para se empenhar ainda mais: a consolidação dos pesos-moscas no Ultimate. Ameaçada de extinção, a categoria até 57 kg se reestruturou com a chegada de novos lutadores e dá cada vez mais indícios que terá vida longa na companhia. Deiveson, inclusive, comemorou o desfecho positivo do imbróglio da divisão.
“Sim, com certeza. Agora me deu uma motivação a mais, tenho condições de correr atrás do meu sonho que é pegar o cinturão da categoria (dos moscas). Então isso me motivou a treinar mais, com mais força e mais vontade, vou atrás do meu sonho. Pois é, foi um alívio sim. Essa situação toda deixou a gente bem preocupado. Pensei em subir, se eu subisse para 61 kg, com certeza me adaptaria a categoria, e lutaria até mais forte. Mas graças a Deus a categoria (dos moscas) continua, isso é uma força também para os demais lutadores. Agora a gente vai voltar com mais força ainda para gladiar e brigar por esse cinturão”, admitiu em conversa com a Ag Fight.
O card do UFC 240 contará com uma disputa de cinturão em sua luta principal. Max Holloway e Frankie Edgar duelam pelo título dos pesos-penas (66 kg). Já no ‘co-main event’ da noite, Cris ‘Cyborg’ retorna aos octógonos diante de Felicia Spencer após sua derrota para Amanda Nunes.