Multicampeão de jiu-jitsu, Davi Ramos é um dos mais prodigiosos representantes da arte suave no MMA. Escalado contra Austin Hubbard no UFC Rochester, que será realizado neste sábado (18), o peso-leve (70 kg) conversou com a Ag. Fight sobre o desafio de não “se apaixonar” pela trocação e esquecer que sua maior valência é a luta de solo.
A reportagem lembrou o caso de Gilbert Durinho, que culpou o ímpeto ofensivo na luta em pé pela derrota para Dan Hooker, em 2018. E questionou Ramos sobre como conciliar a vontade de colocar em prática as novidades que aprende na academia e a necessidade de aplicar a melhor estratégia possível. Davi garantiu que não perde o jiu-jitsu de vista.
“Você faz na luta o que você treina. Tudo o que você treina você traz para a luta. Em momento nenhum eu deixo de treinar jiu-jitsu. É o meu diferencial. Eu tenho grandes possibilidades de finalizar todos os atletas da minha divisão no UFC, e é algo que eu não posso deixar de fazer”, falou.
“Muitos atletas que acabam se apaixonando pela trocação deixam de treinar a parte do chão para poder se dedicar à parte que têm déficit. Quando eu treinava para competir jiu-jitsu, eu treinava de manhã, de tarde e de noite jiu-jitsu. Hoje eu tenho que me dividir entre boxe, muay thai, wrestling, preparação física e o jiu-jitsu. Tenho que fazer todo esse mix. Lógico que eu não consigo dar mais ênfase ao jiu-jitsu como dava antes, mas em momento nenhum eu deixo de fazer o meu carro-chefe, onde eu vejo que sou muito superior a todos da minha categoria”, acrescentou.
Ramos está invicto como peso-leve no Ultimate. Ele estreou na categoria dos meio-médios (77 kg), perdendo uma decisão para ‘Serginho’ Moraes, mas finalizou os três adversários seguintes, todos na divisão de baixo. O atleta afirmou que pretende emendar três vitórias este ano para se colocar na disputa por uma vaga entre os principais desafiantes.
“Não só finalizando, mas terminando as minhas lutas antes do tempo previsto. E terminando bem. Isso que vai me credenciar. E lógico, o público sempre me cobrar de onde eu vim, minha origem, que é o jiu-jitsu. Não acredito que (nocautear ou finalizar) seja a única forma de me levar ao cinturão: acho que são as minhas vitórias. Então, cada luta eu venho mais preparado para poder desenrolar a luta onde ela for. O mais importante de tudo é eu terminar com a vitória. Vai depender muito de quem eu lute. Mas a minha meta é finalizar todos os atletas que vierem na minha frente”, finalizou.
Aos 32 anos, Davi tem nove vitórias e duas derrotas como profissional das artes marciais mistas. Apesar de sua primeira luta de MMA ter acontecido em 2010, apenas de 2016 em diante o carioca passou a se dedicar prioritariamente à modalidade.