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Covington revela que tinha acordo para encarar Woodley em evento adiado do UFC
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por
Neri Fung
Por pouco os fãs do MMA não puderam finalmente presenciar o confronto entre Tyron Woodley e Colby Covington, dois dos principais nomes entre os meio-médios (77 kg) do UFC nos últimos anos. Em entrevista ao site ‘MMA Fighting’, o falastrão revelou que havia um acordo para que ele substituísse Leon Edwards como adversário do ex-campeão da categoria na luta principal do evento marcado originalmente para este sábado (21), mas que, devido à pandemia de coronavírus, acabou adiado indefinidamente.
Em 2018, o Ultimate planejava um duelo entre os americanos pela unificação do cinturão até 77 kg, mas Colby – à época campeão interino – precisou desistir do combate devido a uma cirurgia nasal. E, de acordo com o falastrão, essa peleja mais uma vez ficou no quase. Com o UFC Londres precisando ser transferido para os Estados Unidos e Leon Edwards impedido de viajar ao país norte-americano, Covington se dispôs a substituí-lo e encarar Woodley.
Porém, apesar de buscar inúmeras alternativas para manter seu cronograma intacto, o Ultimate se viu obrigado a anunciar na última segunda-feira (16) que os próximos três shows programados seriam adiados indefinidamente, em razão de uma postura mais enérgica do governo americano quanto às medidas de segurança a fim de evitar a propagação do coronavírus. Com isso, apesar de lamentar a queda de sua luta contra Woodley, Covington afirmou que seu foco principal volta a ser uma possível revanche contra Kamaru Usman, atual campeão dos meio-médios, que o derrotou em disputa pelo cinturão em dezembro do ano passado.
“Ambos os lados estavam de acordo (com a luta). Tyron Woodley nunca aceitou uma luta comigo. Pela primeira vez na vida, ele finalmente aceitou lutar comigo, e isso estava prestes a acontecer para as pessoas. E, do nada, puxaram o plug, e eles não conseguiram achar algum lugar para fazer a luta. Eu estava animado para chocar o mundo. Tenho me mantido comedido, mas eu estava pronto para atacar. É uma m*** que a oportunidade foi tirada de mim. Estou com o coração partido”, lamentou Colby, que, ao ser questionado sobre uma possível revanche contra Usman, respondeu: “Isso definitvamente é uma prioridade acima de Woodley”.
Decepcionado com a não realização de seu combate contra Woodley, Covington discordou da decisão tomada pelo Ultimate. O americano citou os perigos já inerentes ao esporte para justificar sua relativa tranquilidade diante da pandemia que assola o planeta.
“Eu não acho que foi o movimento certo. Eu acho que nós somos saudáveis, jovens atletas profissionais. Nós já fazemos algo que é perigoso o suficiente como é, ser trancado em um octógono e lutando um contra o outro, então o que é mais perigoso do que uma pequena gripe que está rolando agora? Eu acho que as pessoas precisam estar mais conscientes do que está acontecendo, lavar suas mãos, manter uma distância social, isso e aquilo. Mas como atletas profissionais, nós já arriscamos o suficiente como é”, declarou o polêmico lutador, antes de completar.
“Eu acho que todo mundo está meio que entrando em pânico e agindo irracionalmente, e nós só precisamos entender que está tudo sob controle, e a América, o maior país no mundo, vai ficar ok, e as coisas vão voltar ao normal”, concluiu Covington.
Os três próximos eventos do Ultimate foram oficialmente adiados por tempo indeterminado pela organização. O show seguinte aos mencionados é o UFC 249, que conta com a disputa pelo cinturão peso-leve (70 kg) entre Khabib Nurmagomedov e Tony Ferguson, e sua realização é tratada como prioridade pela franquia, que pensa inclusive em levá-lo para fora dos Estados Unidos, em algum país com menos restrições por conta do coronavírus.
Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.