Siga-nos

Notícias

Comentarista do UFC reconhece falta de valorização dos lutadores

Jon Jones demonstrou sua insatisfação com o salário pago pelo UFC – Diego Ribas/PxImages

Nas últimas semanas, as reclamações públicas dos lutadores do UFC em relação aos seus salários têm tomado conta dos noticiários no mundo do MMA. Ciente do burburinho, Joe Rogan – comentarista oficial do Ultimate e uma das principais vozes da modalidade – deu seu pitaco sobre o assunto em um recente episódio do seu podcast ‘The Joe Rogan Experience’.

O movimento – iniciado por Henry Cejudo, que citou o incômodo com os baixos valores recebidos por luta como um dos motivos para a sua aposentadoria do MMA – teve ainda a adesão de outros grandes nomes do plantel do Ultimate, como Jon Jones, campeão dos meio-pesados (93 kg), e Jorge Masvidal, estrela dos meio-médios (77 kg). Apesar de admitir que a insatisfação dos atletas pode ser justificável, especialmente em razão da situação de quase monopólio do esporte em que o UFC se encontra, e concordar que eles deveriam ser mais bem pagos, Joe Rogan relembrou a crise financeira mundial, provocada pela pandemia do novo coronavírus, e que também atingiu os donos da entidade.

“Neste momento em particular, existe provavelmente menos dinheiro porque não tem a bilheteria, e essa é uma grande quantidade de dinheiro. Mas também tem atletas que concordaram com determinados acordos. Eles concordam com um contrato de oito lutas por um valor ‘x’ por luta, e depois ficam mais populares e querem renegociar o acordo, e o UFC fica tipo: ‘Olha, nós estamos apenas tentando permanecer abertos. Nós não vamos renegociar nada. Você pode aceitar ou ir embora, mas é o que é’. Eu acho que é uma questão disso. Olhando pela perspectiva dos lutadores, eles certamente estariam melhor servidos se existisse mais competição. É assim que funciona sempre. Então, independentemente se for o Bellator ou o ONE FC, ou todas essas companhias diferentes, quanto mais dessas existirem, mais World Series of Fighting, Professional Fighting League, tanto faz como é chamado agora, quanto mais dessas companhias crescerem, é melhor para todo mundo”, explicou Joe Rogan, antes de continuar.

“Acho que eles deveriam ser mais bem pagos. Acho que todo mundo deveria receber mais. É um jeito maluco de ganhar a vida. Você deveria receber o máximo de dinheiro que pudesse, mas isso é um negócio e eu acho que se eles (donos do UFC) estão com tantas dificuldades quanto eu acho que estão – não converso sobre finanças com eles, mas eu sei que WME, as pessoas que são donas do UFC, estão sofrendo. Eles estão despedindo pessoas. A maioria dos negócios está sofrendo e todos os negócios do entretenimento estão f***. Então, o que eles podem fazer? É isso que eu penso. Mas em relação ao que penso como ser humano que gosta de lutas, eu sei o quão perigoso essa m*** é. Você deveria ser pago uma quantidade de dinheiro incrivelmente generosa para pisar em um cage para milhões de pessoas assistirem”, concluiu.

Insatisfeito com a remuneração oferecida pelo UFC, Jon Jones ameaçou abandonar o cinturão dos meio-pesados e se afastar do esporte por tempo indeterminado, enquanto não recebesse ofertas melhores pelos seus serviços. Já Jorge Masvidal chegou a pedir para ser liberado de seu contrato com o Ultimate para buscar um retorno financeiro melhor em outras organizações. O meio-médio perdeu inclusive o posto de próximo desafiante ao título da categoria em virtude do impasse financeiro nas negociações com a entidade presidida por Dana White.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

Mais em Notícias