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Comediante defende McGregor e compara ameaça a Poirier com frase polêmica de Mike Tyson

Criticado por grande parte da comunidade das lutas devido à sua postura agressiva após ser novamente derrotado por Dustin Poirier, na luta principal do UFC 264, no dia 10 de julho, Conor McGregor recebeu um apoio inesperado. O ex-campeão peso-pena (66 kg) e peso-leve (70 kg) do Ultimate foi defendido por Bill Burr, renomado comediante de stand-up dos Estados Unidos.

Em recente episódio de seu podcast, Bill Burr minimizou os insultos e ameaças proferidas por McGregor ainda dentro do octógono do UFC 264, contra Dustin e sua esposa, Jolie Poirier. Na visão do comediante, um ávido fã de esportes, o ‘trash talk’ utilizado pelo irlandês, inclusive, não chegou nem perto do que já foi dito por outras grandes estrelas das modalidades de combate, como, por exemplo, o ex-campeão mundial de boxe Mike Tyson, que, em 2000, após vencer Lou Savarese, afirmou que queria “comer os filhos” de Lennox Lewis ao desafiá-lo.

Ainda de acordo com Burr, a postura de Conor deve ser compreendida como uma forma de promover um próximo confronto contra o lutador americano, área na qual o irlandês se destaca desde o início de sua carreira e que fez dele o lutador de MMA mais bem-sucedido financeiramente na história da modalidade. O humorista também revelou que estava torcendo pelo ex-campeão e lamentou a fratura na perna sofrida por ele ao final do primeiro round, que culminou no término do duelo.

“Foi uma m*** a forma como terminou. Eu estava torcendo por Conor McGregor. (…) Eu queria ver aquele segundo round, para ver o que aconteceria. Todo mundo parece saber o que iria acontecer. Mas: ‘Oh, Conor viraria o jogo’ ou ‘Dustin teria nocauteado ele’. Nós não sabemos agora. Eu me senti mal por Conor, quando ele estava sentado lá. Eu sei que ele estava gritando todo tipo de m*** inapropriada para o Dustin, mas foi tipo… Eu não sei como é isso. Esses caras têm uma janela (de atividade). Eu não sei o que faria se minha carreira estivesse acabada aos 32 anos. Acho que foi um pouco disso e ele tentando vender a próxima luta”, comentou Bill Burr, antes de continuar.

“Mas, Jesus Cristo! ‘Sua esposa me mandou mensagem privada’. Jesus! E Dustin estava dizendo: ‘Ele estava agarrando minhas luvas, ele é sujo’. Normalmente, eles dizem todos os tipos de m*** e depois são muito legais (um com o outro). Essa foi a primeira vez que eu consigo lembrar onde parecia que ainda era o hype pré-luta. Eu gosto que as pessoas estão falando: ‘Ele foi muito longe, não diga coisas sobre a esposa dele’. O que vocês estão falando? Todos eles dizem todo o tipo de coisas malucas. ‘Oh, ele disse que ia me matar’. É tipo, por favor. Ele não disse que ia comer seus filhos. Ele não disse: ‘Eu vou f*** você até você me amar’. Tem muito mais maluquice do que isso. Ele está vendendo a luta e ele é Conor McGregor, e se você enfrentá-lo (você vai ganhar muito dinheiro)”, concluiu o comediante, de acordo com a transcrição do site ‘MMA Mania’.

Tocar em assuntos delicados, considerados por muitos como um tabu, é uma das especialidades de Bill Burr na comédia. Em outubro do ano passado, por exemplo, o humorista ganhou as manchetes ao apresentar o tradicional programa de humor ‘Saturday Night Live’ e utilizar parte de seu monólogo inicial para fazer uma crítica, de forma satírica, às mulheres brancas, a quem acusou de “sequestrar” o movimento ‘Woke’ (que originalmente teria a intenção de conscientizar as pessoas sobre assuntos como preconceito, desigualdade e discriminação racial). O discurso recebeu reações mistas do público e foi bastante discutido nos Estados Unidos nas semanas seguintes.

Por sua vez, Conor McGregor, ao que tudo indica, não se arrependeu dos insultos e ameaças feitas ao rival e sua esposa. O lutador europeu, que se recupera após passar por cirurgia na perna esquerda que fraturou no UFC 264, parece focado em completar a reabilitação física o mais rápido possível para se preparar para o que seria o quarto duelo contra Dustin Poirier, que venceu dois dos três já disputados. O novo encontro também parece fazer parte dos planos do Ultimate, como já adiantou Dana White, presidente da organização, na coletiva de imprensa após o show do dia 10 de julho.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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