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Com luta marcada no Future, ‘Kevin’ Souza lembra saída polêmica do UFC

Kevin Souza se apresentará no Future FC do próximo dia 28 de junho – Erik Engelhart

A passagem de ‘Kevin’ Souza pelo UFC foi vitoriosa e chamou a atenção, mas terminou com uma improvável demissão depois de três triunfos e apenas uma derrota. Aos 34 anos e com apenas duas lutas no cartel desde 2015, quando deixou o octógono, o baiano radicado em Florianópolis (SC) tem compromisso marcado com o Future FC, organização na qual vai enfrentar Denis Alagoas no dia 28 de junho.

Em entrevista exclusiva à Ag. Fight, o peso-pena (66 kg) deu sua versão para o estranho desligamento do Ultimate e a reconstrução de sua carreira. ‘Kevin’ – que na verdade se chama Edimilson, graças a uma divergência entre seu pai e sua mãe na hora do registro – começou sua passagem pelo Ultimate em 2013, vencendo Felipe ‘Sertanejo’, e emendou mais duas vitórias, contra Mark Eddiva e Katsunori Kikuno, ambas por nocaute.

A sequência positiva sofreu uma interrupção com uma derrota por finalização para Chas Skelly, em 2015, e logo veio a dispensa por parte da maior organização de MMA do mundo. Embora nunca tenha ouvido uma versão oficial por parte dos executivos do UFC, ‘Kevin’ acredita que um problema de bastidores tenha motivado a sua saída. Ele relatou que pode ter sido prejudicado por um conflito comercial entre a organização e seu empresário à época.

“Cara, foi muito estranho. Até hoje, o pessoal do meio, as pessoas envolvidas, não sabem realmente o que aconteceu. Existem rumores — não tem nada comprovado que realmente tenha sido isso… Meu empresário era o Wallid, e na época o UFC estava comprando todos os eventos nacionais: o Shooto, quase todos os eventos. E o Jungle Fight foi o único evento que o UFC não conseguiu comprar, o Wallid não negociou com eles. E em consequência disso, o Ultimate, meio que em represália, acabou me cortando. Acho que cortou a mim e mais uns dois ou três do Wallid também. E se você perceber, logo em seguida, o Wallid ficou uns dois, três anos sem conseguir colocar atleta lá. Mas nada disso é certo, são rumores, nada disso é comprovado. O UFC nunca deu a versão dele do porquê, e acho que nunca vai dar”, afirmou.

A dispensa do Ultimate iniciou uma sequência de más notícias na carreira do baiano. Ele chegou a assinar com o Bellator, substituindo Derek Campos com apenas cinco dias de antecedência para um duelo contra Patricky ‘Pitbull’ pelos pesos-leves (70 kg). Conforme contou Souza à Ag. Fight, a organização acabou não cumprindo a promessa de agendar uma luta em sua própria categoria depois do combate, no qual acabou perdendo por decisão unânime.

“Depois que eu saí do UFC, foi punk, foi sinistro, infelizmente. Passei por algumas lesões, e essas lesões me limitaram um monte. E mesmo assim, logo que eu saí do UFC eu assinei com um evento da Croácia e logo em seguida o Bellator precisou de uma substituição. Eu estava sem condição nenhuma de participar, mas fui lá meio que para salvar o evento, mesmo sem condição de lutar. Eu até tinha avisado a eles, tinha dito a ele, meu empresário era o Glenn (Robinson, falecido em 2018), e comunicou que eu não estava legal, mas eles aceitaram a luta e disseram que iriam me dar outra oportunidade na minha categoria. Infelizmente, isso não aconteceu. E depois daí foi uma maré de azar, uma coisa atrás da outra que só desandou”, contou.

Pronto para fazer a segunda luta em sete meses, ‘Kevin’ se vê pronto para voltar a um evento internacional. Citando UFC, Bellator e PFL como metas, ele alterna os treinos no Team Tavares, de Florianópolis, com as aulas que dá e conta ter estabilizado a vida mesmo sem estar o Ultimate.

“Constituí família, tenho uma filha de 1 ano e sete meses, que é a razão do meu viver. Não troco Florianópolis por nada hoje. Em relação a juntar grana, infelizmente não o suficiente para o cara poder viver confortável, mas eu sobrevivo bem ainda desde quando eu lutei no UFC, graças aos bônus, às vitórias que eu tive, consigo me manter até hoje. E voltei a dar aula, trabalho aqui em Florianópolis dando aula e seguindo no sonho de voltar a um evento grande”, falou o atleta, que tem o boxe afiado pelo ex-boxeador Kelson Pinto.

O lutador de 34 anos já está se preparando para o combate no Future FC, inovadora organização brasileira que, além de transmitir suas lutas com comentários em português, inglês e espanhol, dá aos fãs a primazia de votar nos combates que deseja assistir. ‘Kevin’ contou como fechou com a liga.

“O convite foi ali nos bastidores. Eu fui acompanhar o Márcio Lyoto no último evento, o Future FC 4, e nos bastidores, trocando ideia com o pessoal, chegamos nesse acordo. Aí trocamos ideia com os donos, o Jorge (Oliveira), o Lucas (Lutkus), e ficou combinado de que eu estaria participando da votação para, se o público votasse e me escolhesse, eu lutar no dia 28 de junho”, lembrou, antes de analisar a experiência de treinar sem saber se vai de fato entrar no cage.

“É meio tenso, né? Porque você tem que se manter treinando, se manter na dieta, e fica naquela situação incerta de não saber se a galera está realmente votando para que eu participe. Tem os amigos, as pessoas próximas que você vai pedindo para votar, mas você ainda assim não sabe se é suficiente”, disse.

Profissional desde 2009, ‘Kevin’ tem 16 vitórias e cinco derrotas em seu currículo. Depois das duas últimas, em 2015 e 2016, para Skelly e ‘Pitbull’, o baiano retomou o caminho do triunfo em novembro do ano passado, ao derrotar Jânio ‘Mancha’ por nocaute técnico.

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