Marcelo Dourado compete na categoria máster de eventos de jiu-jitsu – Arquivo pessoal
Estava marcada para o último dia 25 de abril a superluta envolvendo Charles ‘Do Bronx’, um dos principais nomes do UFC da atualidade, contra Marcelo Dourado, lutador veterano de jiu-jitsu e campeão da décima edição do programa Big Brother Brasil. O combate fazia parte do evento Arnold Classic, que seria realizado em São Paulo, mas que foi adiado a princípio para outubro deste ano devido à pandemia de coronavírus. Sendo assim, no que depender do atleta de 48 anos, essa luta vai acontecer, tanto que não poupou elogios ao faixa-preta do Ultimate.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag.Fight, Dourado destacou a importância que teria para a sua carreira ter a experiência de enfrentar um lutador do calibre e qualidade de ‘Do Bronx’, ainda mais por ele integrar o UFC e ser o recordista de finalizações da franquia, com 14. Atento a trajetória do seu possível rival, o gaúcho exaltou o valor que o peso-leve (70 kg) do Ultimate e Demian Maia têm para a divulgação do jiu-jitsu pelo mundo.
“Seria uma grande honra lutar com ele. É um sonho enfrentar alguém do UFC, já que não tive a chance de lutar lá. Ele e o Demian Maia são os melhores representantes da nossa arte sem quimono. Às vezes eles tomam uns amassos nas lutas, a gente acha que não vai dar e do nada finalizam. A gente fica muito feliz em vê-los levantarem nossa bandeira. O Charles parece aquela chave inglesa de mil bocas, que quando pega não solta (risos). Poucos conseguem lutar bem na guarda no MMA e ele faz muito bem isso. Qualquer mole ele finaliza”, disse o professor, antes de recordar história similar em que também encarou um rival bem mais novo, para confirmar que não teme a diferença de idade e aprova esses desafios.
“Creio que pela visão de negócio tem tudo para acontecer. Para mim é um desafio e gosto disso. Tenho 48 anos e uma luta de quimono contra ele seria demais. Em 2011, depois que sai da casa (do BBB), marquei uma luta de submission de cinco rounds. Os quatro primeiros de cinco minutos e o último sem tempo. Eu estava com 39 anos e enfrentei um cara de 21. Lutamos 48 minutos e achei sensacional. Me senti o Helio Gracie lutando horas (risos). Como não treinava faz tempo, desisti no final, mas foi uma baita luta”, completou.
Atualmente, Marcelo tem competido na categoria máster dos principais eventos de jiu-jitsu pelo mundo. Porém, com a propagação do coronavírus pelo planeta, todas as competições estão canceladas. Esse fato atrapalhou todos os planos de Dourado, que tem em mente uma meta de quantas lutas em cima do tatame pretende realizar.
“Na verdade eu tinha o objetivo de em quatro anos fazer 100 lutas. Agora estou na 83ª, dessas eu perdi apenas oito. Quero completar esse objetivo para depois criar outro. A ideia principal era fazer 500 lutas na carreira, contando judô, MMA, luta-livre, jiu-jitsu. Quero atingir essa marca, mas essa pandemia atrapalhou um pouco”, finalizou o lutador.