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Campeã do Bellator acusa ex-treinador do colégio de abuso sexual

Atual campeã peso-mosca do Bellator, Ilima-Lei Macfarlane decidiu abrir o jogo e assumir que foi vítima de abuso sexual em sua infância. De acordo com a informação divulgada pelo ‘Hawaii News Now’, a lutadora – em conjunto com sua irmã, Mahina Macfarlane Souze e outra pessoa não identificada – entrou com um processo judicial contra sua antiga escola e um um treinador de basquete, que teria sido o responsável pelo crime quando as três estudavam na instituição.

Identificado como Dwayne Yuen, o responsável pelos treinos de basquete na escola ‘Punahou’ teria forçado as garotas a tocaram seus órgãos genitais, além de oferecer dinheiro por atos sexuais e enviar fotografias explícitas de si mesmo para elas, de acordo com o processo. Ilima-Lei ainda alega ter denunciado, junto com sua irmã, o comportamento criminoso do treinador à escola, mas não obteve resposta e nenhuma medida foi tomada pela instituição contra o acusado à época.

De acordo com Ilima-Lei – que publicou um longo texto contando sua história, em sua conta oficial no ‘Instagram’ (veja abaixo ou clique aqui) -, a terrível experiência pela qual passou foi um dos motivos que a levaram a abandonar o basquete, sua antiga paixão, e seguir para o wrestling, ponto de partida para sua carreira no MMA. Ainda segundo ela, o treinador segue empregado pela escola e trabalhando com jovens meninas.

“Apesar de ter sido uma voz forte para outras wahine toa – criando minha bolsa de estudos para garotas nativas, ensinando defesa pessoal para elas, liderando retiros de cura para mulheres – eu nunca realmente compartilhei minha própria história. Para ser honesta, eu estava em negação e não queria admitir que isso me afetou tanto quanto fez. Eu tenho que ser forte. Sou uma lutadora profissional. Não posso mostrar nenhuma vulnerabilidade. Não posso dar a ele a satisfação de saber o quanto ele infiltrou meus pensamentos, relacionamentos e vida, mesmo 15 anos depois. Mas aqui estamos. O momento é agora.

E para todos os trolls dizendo: ‘Por que você esperou tanto tempo?’. Idiotas. Nós não ‘esperamos’. Minha irmã o denunciou para o colégio bem quando aconteceu e eles varreram para debaixo do tapete. Punahou sabia que eu era uma vítima e testemunha do abuso da minha própria irmã, e nem se preocupou em ver como eu estava. Como resultado, nós fomos retaliadas por ele e o programa de basquete, e tinha que vê-lo todo dia, ainda permitido no campus ao redor de menores. Minha irmã e eu tentamos nosso melhor para seguir com nossas vidas até que isso reapareceu em 2018, quando mais vítimas se apresentaram.

Punahou alegou que eles estavam fazendo uma investigação interna, mas novamente não me contactaram e se recusaram a compartilhar os resultados da ‘investigação’ com minha irmã. Repugnantemente, nós descobrimos que ele ainda está treinando e ensinando meninas menores de idade. Então, aqui estamos nós agora, 15 anos depois, procurando justiça juntas. Ele já não pode mais se safar disso. Dwayne Yuen, sua hora chegou.

PS: Eu escolhi essa foto, não apenas pela solidariedade que minha família e eu temos juntos durante esse processo, mas para mostrar quão jovem eu e Mahina éramos quando o aliciamento sexual e abuso começaram. Eu estava na 6ª série e ela era uma caloura (no ensino médio)”, escreveu Ilima-Lei Macfarlane.

 

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Even though I’ve been a strong voice for other wahine toa—creating my scholarship for native girls, teaching self-defense to them, leading healing retreats for women—I never really shared my own story. To be honest, I was in denial and didn’t want to admit that it affected me as much as it did. I have to be strong. I’m a professional fighter. I can’t show any vulnerability. I can’t give him the satisfaction of knowing how much he infiltrated my thoughts, relationships and life even 15 years later. But here we are. The time is now. And for all the trolls saying, “wHy DiD u wAiT s0 l0nG?!” Idiots. We didn’t “wait”. My sister reported him to the school right when it happened and they swept it under the rug. Punahou knew I was a victim and witness to my own sister’s abuse and didn’t even bother to check on me. As a result we were retaliated against by him and the basketball program and had to see him everyday, still allowed on campus around minors. My sister and I tried our best to move on with our lives until it resurfaced in 2018 when more victims came forward. Punahou claimed they were doing an internal investigation but again, didn’t contact me and refused to share the results of the “investigation” with my sister. Disgustingly, we found out that he’s STILL coaching and teaching minor girls. So here we are now, 15 years later seeking justice together. He can’t get away with this anymore. Dwayne Yuen, YOUR TIME IS UP. P.S. I chose this picture not only for the solidarity that my family and I have together through this process, but to show you how old me and Mahina were when the sexual grooming and abuse started. I was in 6th grade and she (far right) was a freshman.

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Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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