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Brasileiro treinador de Jon Jones e Holly Holm minimiza patriotismo no MMA

Roberto Tussa acompanha Jon Jones e Holly Holm em Las Vegas – Diego Ribas

Faixa-preta da Gracie Barra, uma das academias mais famosas de jiu-jitsu do mundo, o hoje treinador da Jackson-Wink Roberto Tussa se viu envolto em um dos meses mais movimentados de sua carreira. Participante do camp de Jon Jones e Holly Holm – estrelas do card do UFC 239, neste sábado (3) – o brasileiro teve que trabalhar dobrado para acompanhar os dois lutadores e ainda teve que ouvir certas provocações.

Afinal, do outro lado do cage estarão Thiago ‘Marreta’ e Amanda Nunes, brasileiros que contam com apoio massivo da torcida verde e amarela. Parte destes fãs, inclusive, ainda não compreende a possibilidade do treinador ficar no corner de americanos contra lutadores compatriotas. Para eles, Tussa explica calmamente.

“Muita gente me pergunta isso, mas o esporte é tão mundial e grande, não tem esse patriotismo tanto assim. Lógico que a gente torce para o brasileiro quando não está lutando contra meu atleta. No fim das contas, é meu trabalho, vejo que represento o Brasil com a cultura do jiu-jitsu brasileiro e tento implementar isso dentro da vida deles também. Represento o Brasil na parte de chão deles”, explicou o representante da Gracie Barra, que mora na cidade de Albuquerque (EUA).

Possivelmente a atleta que mais precisa dos conselhos de Tussa, Holly Holm, ex-campeã mundial de boxe, encara uma legítima faixa-preta de jiu-jitsu e atual bicampeã do UFC – Amanda é dona dos cinturões dos galos (61 kg) e dos penas (66 kg). Para este duelo, no entanto, o treinador destaca a calma e experiência da veterana de 37 anos.

“A Holly é bem experiente, acredita nela, o que é um fator bem importante na Holly. Ela está focada, treinou bastante, estamos sem lesão. A confiança na preparação te deixa confiante. A gente está com um ‘gameplan’ bem legal, e vamos voltar com esse título. Ela (Amanda) tem dois, se tirarmos um não vai fazer tanta falta, não, né, Amanda (risos)?”, brincou o carismático treinador, que ainda teve tempo de enaltecer a qualidade do jiu-jitsu brasileiro.

“O jiu-jitsu salva vidas. A gente viu o Anderson Silva contra o Chael Sonnen (duelo realizado em 2011). Estava perdendo e acabou conseguindo o triângulo. Se acabar no chão, vamos ter armas para trabalhar a finalização ou a saída por baixo. Estamos preparados nos dois elementos. A academia Jackson-Wink é focada bastante na parte de trocação, eles vem dessa base, é nosso elemento forte. A gente trabalha o chão, caso aconteça uma luta de chão”, sentenciou.

Editor da Ag Fight e colunista do UOL, Diego Ribas cobre MMA desde 2010 e atualmente mora em Las Vegas

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