Bethe é uma das poucas brasileiras a terem disputado cinturão do UFC – Fábio Oberlaender
Bethe Correia é uma das atletas femininas mais experientes do UFC na atualidade. Ex-desafiante ao título dos pesos-galos (61 kg), ‘Pitbull’ passa por um momento difícil em sua carreira, tendo vencido apenas uma das últimas seis lutas. A fase ruim se agravou em maio, no Rio de Janeiro, quando ela não bateu o peso para o duelo contra Irene Aldana e ainda foi finalizada pela rival no octógono. Embora tenha explicado que a falha na balança não se deu por falta de cuidados, a atleta prometeu “mais vontade” de cumprir a obrigação antes de sua luta contra Sijara Eubanks, neste sábado (21).
A paraibana conversou com exclusividade com a reportagem da Ag. Fight e analisou aquilo que não deu certo em seu mais último compromisso com o Ultimate. Agora escalada para o UFC México, Bethe alegou que não sabe ao certo o que deu errado para a falha na balança, mas afirmou que está mais cuidadosa do que o normal desta vez – e também, digamos, mais interessada.
“Eu estava sem lutar há dois anos, talvez isso tenha pesado um pouco. Mas perda de peso não é uma matemática exata. Você faz tudo certo para uma luta, dá tudo certo; aí você faz a mesma coisa para outra luta, dá tudo errado. Às vezes você recupera superbem, e tem outras que você come as mesmas ‘coisitas’ para cortar o peso, para recuperar, e você não consegue. É complicado dizer, mas tem aqueles detalhes que tenta fazer diferente. Acho que agora estou um pouco mais calma, também, talvez isso dê um resultado melhor. E mais vontade de bater o peso. Isso também muda muito”, declarou.
No combate contra Aldana, ‘Pitbull’ teve dificuldades no primeiro round, mas, graças ao seu estilo de sempe caminhar para a frente, conseguiu equilibrar as ações. No assalto final e decisivo, para tentar definir a vitória por decisão, buscou uma queda, mas acabou tendo a posição revertida. No chão, acabou sendo finalizada com uma chave de braço. Ao comentar o que deu errado, Bethe afirmou que, independentemente da postura que tomasse, seria criticada se perdesse.
“Eu não sei dizer, porque a gente, quando está lutando, tem uma outra visão. Eu já passei coisas que… Tem luta minha no UFC que se eu assistir 20 vezes, eu não vejo a vitória para a minha adversária, e foi dada divisão dividida para a minha adversária (Raquel Pennington, em 2016)”, lembrou.
“Ali (na queda contra Aldana), eu pensei em ter uma garantia para mim. É o tipo de coisa que se eu não tivesse feito e eu tivesse perdido por decisão dividida, me criticariam por eu não ter tentado aquilo. Eu já passei por isso e muitos me criticaram: ‘Por que no final você não arriscou uma queda, não arriscou algo para garantir o resultado?’ Dessa vez eu fiz e as pessoas criticaram porque eu tentei. Então, estou lá tentando fazer minha parte. Às vezes vai dar certo, às vezes não. Talvez se eu tivesse conseguido dar a queda, todo mundo teria dito que eu era muito inteligente. Como eu não consegui, ficou como burrice de eu não ter continuado na trocação. O MMA tem muita coisa maravilhosa também, mas é muito injusto também”, declarou.
No Ultimate desde 2013, Correia disputou o cinturão dos galos em 2015, perdendo para Ronda Rousey por nocaute. De lá para cá, ela perdeu de Raquel Pennington – que posteriormente disputaria o título contra Amanda Nunes –, da ex-campeã Holly Holm e de Irene Aldana. Neste sábado, ela fará a segunda luta do card preliminar contra Eubanks.