‘Berinja’ (de quimono preto) protestou para reabertura de academias – Arquivo pessoal
Na última semana, um grupo de atletas e representantes de federações e associações de diferentes modalidades de artes marciais protestaram em frente à Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo). A reivindicação dos profissionais era para a reabertura das academias em São Paulo, que estão fechadas desde o início da quarentena devido à pandemia de coronavírus, que teve início em março desse ano. Um dos presentes no ato, Anderson ‘Berinja’, lutador do UFC, explicou o protesto e garantiu empenho no combate ao vírus, embora faça questão de priorizar o aspecto econômico do bloqueio.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag.Fight, ‘Berinja’ destacou a importância da volta do funcionamento das academias, principalmente em relação aos funcionários que ficam sem receber durante este período. Atento as recomendações dos órgãos de saúde, o atleta adiantou que os estabelecimentos poderiam voltar, mas sem sua capacidade máxima de clientes para, dessa maneira, prezar pela saúde de quem precisa trabalhar e se exercitar.
“Acho que as academias devem reabrir, mas acredito que jamais vamos ter um mundo como era há 40 dias. Isso vai demorar um tempo. Mas precisamos começar a pensar como voltar e ir aos poucos liberando algumas coisas. Lógico que não de tudo de uma vez, mas ter uma luz. Conheço vários amigos que estão há mais de um mês sem dar aula e não ganham nada. Pensamos em fazer uma manifestação pacífica, então fomos para a frente da Assembléia Legislativa para chamar a atenção do governo”, disse o peso-galo (61 kg) do Ultimate, antes de reconhecer os perigos do COVID-19 e adiantar que, motivado por essa fase delicada que o povo atravessa devido à pandemia, vai tentar uma carreira política nas eleições desse ano.
“Se o vírus não existisse, não ia ter parado o mundo. Então é grave sim e temos que nos cuidar. Se a pessoa tem condições de se manter em casa, é a melhor coisa a se fazer. Acontece que no Brasil o governo não tem condição de bancar todo mundo. A nossa manifestação foi muito para isso também. Como que faz com um cara que não poder trabalhar e não tem como sustentar sua família? Na semana passada, fiz uma campanha e doamos oito cestas básicas para as pessoas que precisam. Mas conheço gente que não tinha mais o que comer. Não queria estar na pele do Presidente, porque tem que olhar para os dois lados e no que falhar, vão cair em cima. Tem que pensar na saúde, preservá-la, mas também com a economia. Por isso, inclusive, sou pré-candidato a vereador da minha cidade (São Paulo) nesse ano e procuro pensar nos dois lados. Realmente não é fácil”, completou.
Embora defenda a reabertura das academias, ‘Berinja’ deu uma solução para os donos de limitarem o número máximo de alunos por aula. De acordo com o lutador, para preservar a saúde de todos, cada aula deveria ter no máximo seis pessoas juntas no mesmo local. Esse número, inclusive, é o que tem acompanhado o atleta do Ultimate nos seus treinamentos diários já visando um retorno o mais breve possível ao octógono.
“Eu me mantenho treinando, não 100% como eu fazia, por conta das academias fechadas e também me preocupo com a saúde. Evito um pouco do contato. Tenho um grupo com um treinador e mais cinco atletas e treinamos todo dia. Treinamos boxe, muay thai e nos mantemos ativo. Assim que tudo voltar eu estou praticamente pronto para a luta. Falo com meu empresário diariamente e ele me disse que em junho os eventos vão para uma ilha para os atletas fora dos Estados Unidos. Mas ainda não tenho nada marcado. Sei que agora a fila vai ser grande, pelos eventos cancelados. Espero minha chance. Se me chamar para junho eu estou 100%”, completou o lutador, que revelou que, além dele, os seus colegas de treinos fizeram exame para coronavírus e o resultado de todos foi negativo.
No MMA desde 2011, Anderson ‘Berinja’ tem 20 vitórias e oito derrotas em sua carreira no MMA. O peso-galo natural de São Paulo (SP) estreou no Ultimate em 2017 e ainda não conseguiu vencer após duas apresentações na franquia. A última vez que pisou no octógono foi em junho de 2019, derrotado por Andre Ewell, por decisão unânime dos jurados.