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Após garantir contrato, promessa da PRVT projeta futuro no PFL

Como forma de acrescentar ao seu plantel novos talentos originários de diversas partes do mundo, o PFL decidiu realizar mini-torneios por vários países onde o vencedor garantiria um contrato com a organização americana. No último domingo (1), o Brasil conheceu a sua nova representante no evento internacional após a realização do Grand Prix até 70 kg feminino no Shooto Brasil, no Rio de Janeiro (RJ).

Atleta da equipe PRVT (Paraná Vale Tudo), Mariana Morais superou Dayana Silva – campeã peso-galo (61 kg) do Shooto Brasil e com participação no ‘Contender Series’ – na semifinal, e garantiu seu contrato com o PFL ao aplicar um nocaute fulminante na striker Bianca Daimoni, da renomada academia ‘Chute Boxe’, em pouco mais de um minuto de luta. Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, a pupila do ‘Mestre Paraná’ comentou sobre a experiência de disputar dois combates na mesma noite, fato inédito em sua carreira, e aproveitou para projetar seu futuro na temporada 2020 da organização americana com a qual passa a ter vínculo contratual.

“Foi a primeira vez que eu lutei um GP na minha vida. Estava tranquila, preparada, mas um pouco preocupada para não me machucar na primeira luta. Fora isso, foi tudo tranquilo. Eu tinha certeza que eu faria a final com a Bianca (Daimoni), porque para mim ela era a melhor na trocação. Ela bate com contundência, e estava mais forte por ter baixado de peso e recuperado. Eu não baixei de peso, na verdade, eu tive que subir. A gente fez a estratégia sabendo que ela viria com tudo no começo. Acabou que ela esperou mais do que eu pensava, mas quando ela decidiu andar para frente, eu dei uns passos para trás e soltei cruzados e diretos. E pegou, eu estou até agora impressionada, até porque foi a primeira vez que eu nocauteei com socos na minha carreira, antes eu só tinha nocaute técnico. Estou até agora sem acreditar, revendo o vídeo toda hora”, contou a jovem promessa, antes de projetar seu futuro no PFL.

“Agora é voltar a treinar em dobro porque para chegar na final do PFL vai ser pedreira. Já comecei a treinar hoje, tirei ontem de descanso só para relaxar a dor no corpo. Já voltei a treinar a todo vapor. Quero estrear com o pé direito e ir degrau por degrau, conquistando meu espaço aos poucos, na humildade, até chegar na final”, comentou Mari ‘Navalha’, apelido que faz questão de ressaltar.

Originalmente uma atleta do peso-mosca (57 kg), Mariana terá que se adaptar à categoria até 70 kg, única classe de peso feminina presente no PFL, e que tem em Kayla Harrison – ex-judoca duas vezes medalhista de ouro nas Olimpíadas – a campeã da temporada 2019, além de uma das principais estrelas da companhia, independente do gênero. Apesar do obstáculo, a brasileira revelou que o trabalho para o ganho de peso de forma correta já foi iniciado e relembrou que já competiu algumas vezes em divisões acima, como no peso-galo (61 kg), fato que poderia facilitar a transição.

“Tenho algumas lutas até 61 kg, e a gente está fazendo um preparo de musculação pesado, com ajuda também da suplementação, para ganhar peso. O objetivo é ficar um pouco acima dos 70 kg em off para chegar no PFL e baixar um pouco até o limite da categoria”, concluiu a lutadora, companheira de treinos de Jéssica ‘Bate-Estaca’, ex-campeã peso-palha (52 kg) do UFC.

Quem também compartilha da tranquilidade apresentada por Mariana quanto à transição para lutar até 70 kg é Gilliard Alfredo Fagundes, mais conhecido como ‘Mestre Paraná’, líder da PRVT e mentor da nova contratada pelo PFL, que trabalha com o ex-atleta de MMA desde seus 18 anos de idade. Com uma relação bastante próxima à sua aluna – descrita por ambos como de pai e filha-, o treinador não escondeu a satisfação ao ver o sucesso obtido pela lutadora paulista, e preferiu observar a transição para a nova categoria pelo prisma otimista da situação, tendo em vista que o corte de peso estará praticamente abolido da vida de Morais a partir de agora.

“Estou muito feliz. Essa Mariana que lutou nesse GP do Shooto é a Mariana que sempre treinou com a gente, mas acabava não conseguindo impor o jogo. Achei que ela se comportou muito bem até 70 kg, sem precisar perder peso. Particularmente, eu sou um pouco contra esses cortes drásticos de peso. Eu acho melhor quando o lutador entra em ação mais ou menos com o peso que treina. A gente vai com tudo para o PFL, ela está confiante, bem, ganhou de meninas duríssimas para conquistar o contrato. Com certeza ela vai para as cabeças no PFL”, projetou Gilliard ‘Paraná’.

Com os dois triunfos obtidos no GP do Shooto Brasil, Mariana Morais soma agora 16 vitórias e dez derrotas em seu cartel profissional. Dentre as atletas que superaram a nova lutadora do PFL em sua carreira, apenas duas não possuem vínculo com o UFC atualmente.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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