A Corte de Apelação de Dublin rejeitou, nesta quinta-feira (31), o recurso apresentado por Conor McGregor em um processo civil de agressão sexual movido por Nikita Hand. O ex-campeão de duas divisões do UFC foi considerado responsável pelo ato em novembro de 2024, após decisão do júri, e condenado a pagar cerca de 250 mil euros (aproximadamente R$ 1,6 milhão) em indenização, além dos custos judiciais.
Segundo o ‘Irish Mirror’, o painel composto por três juízes avaliou que não havia fundamentos jurídicos para reverter a condenação e negou a apelação em sua totalidade. “Estou convencido de que o possível prejuízo ao Sr. McGregor simplesmente não foi comprovado. Concluo que não há nada que justifique anular a decisão do júri”, afirmou um dos magistrados.
O caso se refere a um episódio ocorrido em 2018, quando Hand acusou o lutador de tê-la agredido sexualmente na cobertura do Beacon Hotel, em Dublin, após uma festa de Natal. Durante o julgamento, a denunciante relatou que contou a uma amiga que havia sido “estuprada e espancada” pelo atleta. Já o irlandês afirmou que o ato foi consensual e negou as acusações, alegando inclusive que “tudo era uma mentira”.
Após a condenação, McGregor recorreu da decisão em fevereiro de 2025, argumentando que o júri não teve acesso a todas as provas analisadas pelo Ministério Público. A defesa também questionou o uso, durante o julgamento, de respostas dadas pelo réu em entrevistas à polícia — alegando que essas declarações não deveriam ter sido apresentadas. As alegações, no entanto, foram rejeitadas pelos juízes.
Durante o processo de apelação, o ex-campeão chegou a se manifestar publicamente em sua conta no X (antigo Twitter), afirmando que “a justiça e a verdade prevaleceriam”. No entanto, conforme relatos da imprensa local, ele teria tentado apresentar provas posteriormente invalidadas, o que levantou suspeitas sobre uma possível tentativa de manipulação do processo e gerou questionamentos relacionados a perjúrio.
Declaração
Nikita Hand esteve presente na audiência desta quinta-feira e celebrou a decisão como um marco pessoal em sua trajetória de recuperação. A irlandesa ressaltou o impacto emocional do processo e destacou a importância de dar voz a outras vítimas.
“Sou profundamente grata a todos que me apoiaram, acreditaram em mim e ficaram ao meu lado durante essa longa e dolorosa jornada. Esta apelação me re-traumatizou repetidamente. Ser forçada a reviver o que aconteceu teve um enorme impacto em mim. Para todas as sobreviventes por aí: sei o quanto é difícil, mas, por favor, não se calem. Vocês merecem ser ouvidas, também merecem justiça. Hoje, finalmente posso tentar seguir em frente e começar a me curar. Obrigada”, declarou em comunicado enviado ao ‘Irish Mirror’.
McGregor, por sua vez, não compareceu ao tribunal e, até o momento, não se pronunciou oficialmente sobre o desfecho. Nos últimos meses, o lutador foi visto aproveitando o verão europeu a bordo de um iate, onde chegou a comemorar o fato de seu bar ter sobrevivido a um incêndio.
Retorno ao UFC
Apesar da repercussão do caso fora do octógono, o nome de McGregor continua sendo cogitado para um possível retorno ao UFC. Aos 37 anos, o lutador afirma ter retornado ao programa de testes antidoping da organização e mira uma vaga no card previsto para 2026, que pode ocorrer na Casa Branca. Até o momento, o UFC não confirmou sua participação no evento.
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