O recurso de Conor McGregor em um processo civil por agressão sexual pode gerar desdobramentos criminais. O Tribunal de Apelação da Irlanda encaminhou evidências do caso ao Departamento de Acusações Públicas (DPP) para investigação de possível perjúrio, após inconsistências em depoimentos apresentados e posteriormente retirados pela defesa do lutador.
O foco recai sobre declarações juramentadas de duas testemunhas — Samantha O’Reilly e Steven Cummins — que afirmaram ter presenciado um episódio de violência entre a suposta vítima, Nikita Hand, e seu então namorado, na mesma noite em que ela alega ter sido estuprada por McGregor, em dezembro de 2018. A defesa do atleta utilizou esses depoimentos para sugerir que os ferimentos relatados por Hand poderiam ter outra origem.
Contudo, os relatos foram subitamente retirados pela equipe jurídica no início da audiência de apelação. O advogado da acusação classificou a retirada como “inadequada” e solicitou o direito de interrogar as testemunhas, além de pedir que o caso seja encaminhado às autoridades criminais para apuração de falso testemunho e possível suborno de testemunhas.
Apesar do encaminhamento ao DPP, um porta-voz do lutador afirmou que ele não está sendo formalmente investigado até o momento por envolvimento direto no suposto perjúrio. No entanto, o desdobramento das apurações pode influenciar o curso do recurso e a credibilidade das provas apresentadas.
Relembre o caso
A ação teve início com a denúncia feita por Nikita Hand, que acusou o ex-campeão do UFC de agressão sexual em um hotel de Dublin, em 2018. Em novembro de 2024, um júri deu ganho de causa à vítima, condenando o lutador a pagar cerca de 250 mil euros (aproximadamente R$ 1,6 milhão) em indenizações, além dos custos legais.
O irlandês negou as acusações, afirmando que o encontro foi consensual e “vigoroso”. Após a condenação na esfera civil — onde a prova criminal não é exigida — ele anunciou a intenção de recorrer da decisão, dando início ao processo de apelação.
Embora a defesa tenha retirado uma das principais linhas de argumentação, outros pontos seguem sendo questionados no recurso, como a orientação dada pelo juiz ao júri e a permissão para determinadas perguntas durante o julgamento original. A Corte de Apelação ainda não tem data para anunciar sua decisão, enquanto a promotoria avalia as questões relativas ao possível perjúrio.
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