Siga-nos

Boxe

Sem sangue e agressividade! Dirigente garante ‘exibição’ em luta de Tyson e Roy Jones

Os fãs de boxe que aguardam por um embate sangrento na superluta entre Mike Tyson e Roy Jones Jr, marcada para o dia 12 de setembro, podem minimizar a expectativa em torno do duelo entre os ex-campeões mundiais. Em entrevista ao site ‘BoxingScene’, Andy Foster – diretor executivo da Comissão Atlética do Estado da Califórnia – explicou as regras nas quais a peleja será disputada e deixou claro que se trata de uma exibição entre dois veteranos do esporte, e que o objetivo é que ninguém saia machucado do ringue.

De acordo com o dirigente, o confronto entre as lendas será disputado sob as seguintes regras: oito rounds de três minutos cada, luvas de boxe de 12 onças, sem a utilização de equipamento de proteção para a cabeça, sem juízes para pontuar a luta, e com a presença apenas de pessoas essenciais para a realização do evento, portanto, sem plateia na arquibancada, em virtude da pandemia do COVID-19. As diretrizes para a peleja já foram discutidas e apresentadas aos pugilistas, e uma recomendação em especial foi enfatizada: “não tentem se matar”.

“Eu queria ter a garantia de que eles entenderam: ‘Eu não ligo se eles fizeram um sparring. Não ligo se eles trabalharem’. Eles são atletas de nível mundial ainda. Eles têm o direito de ganhar (dinheiro), e todo esse tipo de coisas. Eles são mais ou menos da mesma idade. Nós não podemos enganar o público como se essa fosse uma luta real. Eles podem engajar um pouco, mas eu não quero pessoas se machucando. Eles conhecem o trato. É uma exibição. Eles podem exibir suas habilidades no boxe, mas eu não quero eles usando o máximo esforço para machucar um ao outro. Eles vão fazer um sparring duro, mas eles não devem procurar um nocaute. Essa não é uma luta para entrar nos livros de recorde. Não é uma luta de campeonato mundial de boxe. Pessoas não devem ser nocauteadas. O público pode ver em que tipo de forma Roy e Mike ainda estão”, explicou Andy Foster, antes de comentar sobre a importância do experiente árbitro Ray Corona no desenrolar do duelo.

“Nós queríamos garantir que ambos entenderam que isso é uma luta de exibição sancionada. Eles podem se movimentar e ganhar algum dinheiro. Estamos felizes por ter isso. Todas as nossas regras serão seguidas. Vai parecer com uma luta de boxe. Eu disse a eles: ‘Se você se cortar, acabou’. Nós vamos ser razoáveis. Ray não vai deixar ninguém se machucar. Ele entende o que é uma exibição. Tenho certeza que vai haver algum momento em que o clima esquente. O trabalho de Ray vai ser esfriar sem que tenha que acabar com tudo. Ele é esse tipo de árbitro. Sinto que ele vai fazer um bom papel, e ele é o cara certo para esse tipo de luta”, destacou.

Sem competir desde 2005, Tyson acumula cartel com 50 vitórias, sendo 44 por nocaute, e seis derrotas. Por sua vez, Roy Jones, três anos mais novo, carrega currículo com 66 vitórias, sendo 47 por nocaute, e nove reveses nos ringues profissionais. Com títulos mundiais em cinco diferentes divisões de peso, o medalha de prata nos Jogos Olímpicos de 1988 se apresentou pela última vez em 2018 com vitória sobre Scott Sigmon.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

Mais em Boxe