Mesmo após perder a disputa pelo cinturão meio-médio (77 kg) para Kamaru Usman na luta principal do UFC 251, no último sábado (11), Jorge Masvidal ainda possui boas opções para a continuidade de sua carreira. O fato de ter aceitado o confronto contra o campeão de última hora – como substituto do brasileiro Gilbert ‘Durinho’, que testou positivo para COVID-19 – amenizou o impacto que poderia ser causado em seu prestígio por ter sido amplamente dominado pelo nigeriano durante os 25 minutos de peleja.
Com a popularidade e prestígio intactos, o americano pode analisar com calma o melhor adversário possível para seu próximo compromisso, contemplando os aspectos esportivos e financeiros da decisão. Porém, um nome já parece ter sido descartado sumariamente pelo meio-médio. Na coletiva de imprensa do UFC 251, Masvidal negou qualquer interesse em enfrentar o falastrão Colby Covington, seu ex-companheiro de equipe na ‘American Top Team’ e atual desafeto.
Os meio-médios, que durante anos foram amigos pessoais, romperam relações no ano passado e, desde então, passaram a trocar farpas públicas. Apesar da rivalidade entre eles sugerir um ângulo perfeito para promover o combate, Masvidal tratou de jogar um balde de água fria em quem considerava essa possibilidade e aproveitou para cutucar o desafeto.
“O cara frágil (Colby) com um boné do MAGA (‘Make America Great Again’, slogan de campanha do presidente Donald Trump), definitivamente não será ele (o próximo adversário). Porque ele foi finalizado por esse cara (Usman) com um camp de treinamento completo. Ele teve tipo 12 semanas e foi finalizado por aquele cara. Esse cara (Colby) está abaixo de mim e desse cara (Usman) por muito. Seis dias de antecedência e eu não cheguei nem perto de ser machucado ou ser apagado. O tanque de oxigênio não estava no melhor, mas eu não cheguei nem perto (do que sofreu Colby) em relação a dano sofrido. Todo mundo pôde ver isso. Então, definitivamente não vai ser aquele otário”, declarou Masvidal, antes de completar.
“Tirando você e outros dois repórteres aqui, ninguém conhece aquele cara. E ele acabou de ser finalizado pelo cara que eu lutei com seis dias de antecedência. Ele teve sua mandíbula fraturada, teve que correr de lá. Eu não acho que ele está nesse nível. Mas eu não sei quem vai ser (o próximo). Quem quer que seja que faça mais sentido para nós”, comentou.
Outra opção ventilada, especialmente depois que Dana White – presidente do Ultimate – confirmou que ‘Durinho’ deve receber o próximo ‘title shot’, é Leon Edwards. O inglês, atual quarto colocado no ranking dos meio-médios, teve uma briga com Masvidal nos bastidores do UFC Londres, no ano passado, e ambos poderiam resolver suas diferenças dentro do octógono desta vez. No entanto, o americano preferiu não se comprometer com um nome específico e deixou claro que seu intuito é encarar alguém que o permita sonhar novamente com uma disputa de título em caso de vitória.
“Leon Edwards, eu não sei. Se os números fizerem sentido, ou quem quer que seja que os números façam sentido, e que me deixe mais próximo do título. Definitivamente quem quer que seja preciso enfrentar, mas nós amos escolher o oponente certo. Eu não vou lutar com um ‘Zé Ninguém’ ou uma promessa. Nós vamos garantir que seja a luta certa para me levar ao título ou o que quer que seja que eu tenha que fazer para me levar ao título”, concluiu.
Antes de ser derrotado por Kamaru Usman no último sábado, Jorge Masvidal vinha de três vitórias consecutivas, sobre Darren Till, Ben Askren e Nate Diaz, respectivamente. O americano ocupa atualmente a terceira posição no ranking dos meio-médios do UFC.
Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.