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A brasileira fará uma superluta entre mulheres no CJI contra Ffion Davis, atual campeã do ADCC - Louis Grasse/Ag Fight

Grappling

Mackenzie Dern cita motivação financeira para abrir mão do ADCC e competir no CJI

Em março, o ADCC anunciou o retorno de Mackenzie Dern, ex-campeã da competição, para a edição de 2024. Meses depois, porém, a lutadora do UFC decidiu abrir mão do torneio mais tradicional de submission do planeta para competir no ‘Craig Jones Invitational’ (CJI) – a ser realizado basicamente na mesma data e local. A decisão da especialista de jiu-jitsu em migrar de evento foi motivada pelo fator financeiro, conforme a própria revelou em recente participação no podcast ‘Beats with Brain’.

Campeã do ADCC em 2015, Mackenzie competiria na mais nova categoria entre as mulheres – até 55 kg. Entretanto, uma oferta financeira generosa para realizar uma superluta contra Ffion Davies – campeã do ADCC em 2022 e uma das grandes estrelas do grappling feminino da atualidade – fez a brasileira mudar a rota de seus planos. O Abu Dhabi Combat Club Submission Wrestling World Championship será realizado nos dias 17 e 18 de agosto, em Las Vegas (EUA), enquanto o ‘CJI’ será disputado entre os dias 16 e 17 do mesmo mês e na mesma cidade.

A maior motivação foi a bolsa e que eles iriam pagar às mulheres, uma quantia tão boa por uma superluta. Então, para mim, eu iria para o ADCC. Eu já tenho esse título, e aí teve minha luta no UFC marcada bem próximo. Não achava que seria justo sair do ADCC se algo acontecesse. Deixei claro com o Craig: preciso ter uma substituta se eu sair (do ADCC). Tenho uma boa relação com o ADCC, dou bastante apoio e sou bastante grata. Mas é na ‘T-Mobile Arena’ e, como disse, a grana é a mesma que era há dez anos. Conseguir essa quantia de dinheiro por uma luta feminina (no CJI), eu não poderia recusar”, admitiu Dern.

Prestígio ou retorno financeiro?

Com dois eventos de grande magnitude da mesma modalidade coincidindo em data e local, as principais estrelas da luta agarrada precisaram optar entre o prestígio relativo ao ADCC e ao grande retorno financeiro que o CJI propôs em sua edição inaugural. Além de Mackenzie Dern e Ffion Davies, outros grandes nomes também priorizaram os salários mais generosos e abriram mão do ADCC: Nick Rodriguez, Gabi Garcia, Victor Hugo e os irmãos Ruotolo são alguns destes exemplos.

“A maior luta de grappling feminino da história está oficialmente marcada para o CJI! Craig Jones, sem preocupação, retirou a campeã do ADCC de 2015 do plantel da (edição) de 2024 na categoria abaixo de 55 kg. Essas duas mulheres vão poder lutar por muito mais dinheiro em uma só luta do que elas ganhariam se vencessem todas as lutas e se tornassem campeãs do ADCC. Tratar os atletas bem e dar aos fãs o que eles mais querem? Não precisa pedir mais nada, porque o CJI está aqui”, destacou o perfil do evento quando anunciou o duelo entre Dern e Davies.

Organizador do ADCC preocupado?

Apesar da intensa concorrência por conta do CJI nesta temporada, Mo Jassim, organizador do ADCC, minimizou a preocupação em perder grandes estrelas para o evento rival. Em entrevista exclusiva à Ag Fight, o dirigente garantiu a presença de grandes competidores e reforçou que o torneio é voluntário e traz grande prestígio aos participantes. Até o momento, o ADCC ainda conta com alguns dos maiores astros do grappling confirmados: Mica Galvão, Nicholas Meregali, Gordon Ryan, Felipe Preguiça, Bia Mesquita e Helena Crevar são bons exemplos.

Natural do Rio de Janeiro, Gaspar Bruno da Silveira estuda jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fascinado por esportes e com experiência prévia na área do futebol, começou a tomar gosto pelo MMA no final dos anos 2000.

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