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Entrevistas

Wilson Reis analisa derrota por nocaute no México e torce para rival crescer no MMA

Veterano no MMA, Wilson Reis protagonizou um capítulo diferente em sua carreira. Após finalizar seu ciclo no UFC, o ex-desafiante ao cinturão do peso-mosca (57 kg) assinou com o ‘Budo Sento Championship’ e foi surpreendido em sua segunda luta pela organização. No dia 10, em evento realizado no México, o brasileiro foi nocauteado pelo compatriota Adonílton Matos em apenas 16 segundos. Contudo, Wilson informou que não guarda mágoa pelo resultado obtido.

Pelo contrário, em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight (veja acima ou clique aqui), Wilson, que marcou presença nos bastidores do UFC Vegas 24, evento que aconteceu no último sábado (17), em Las Vegas (EUA), contou que gostou de atuar pela companhia mexicana e garantiu que a dura derrota vai servir como motivação para dar a volta por cima na carreira.

Apesar de admitir que a rapidez com que foi superado o incomodou, Wilson aproveitou para enaltecer a qualidade do carrasco. Em bela demonstração de fairplay, o ex-UFC revelou que torce para ‘Dony Terrier’ ganhar uma oportunidade em uma organização mais conhecida no esporte, pois o compatriota pode surpreender em ambiente de maior competitividade.

“Lutei com o ‘Dony Terrier’, um garoto da Bahia, no ‘Budo’. É um grande evento, gostei de lutar lá. Luta é luta e ele me surpreendeu com a mão direita em 20 segundos. Para mim, foi amargo, porque nunca tinha perdido assim. É difícil aceitar, mas tenho que voltar para a casa e isso acontece. Essa foi minha 35ª luta. A diferença do cara que ganha e perde é o detalhe. Falhei e tenho que arrumar. Todo mérito para o ‘Dony’ e tomara que ele consiga um contrato bom. Ele é realmente duro e merece”, declarou o brasileiro..

Além de lutador, Wilson também atua como técnico. Inclusive, o brasileiro trabalhou no UFC Vegas 24, justamente, no corner de Jessica Penne e sua presença foi importante para veterana se reencontrar na companhia. A americana não atuava desde 2017 por conta de lesões e doping, mas retornou com vitória sobre uma estreante bem mais jovem.

De acordo com Wilson, a experiência da ex-desafiante ao cinturão do peso-palha (52 kg) fez a diferença em seu retorno ao octógono, assim como sua qualidade no grappling, área na qual o brasileiro é especialista. Inclusive, o veterano deu a entender que virar treinador está em seus planos para o futuro de sua carreira no esporte.

“O mérito é dela, mas a gente treina junto e ela faz muito aquele movimento das costas. Fiquei feliz com o que ela fez em baixo, no final do segundo round. Indo para a chave-de-perna, saindo da meia-guarda. Aquilo pontuou o round para ela. Mais do que nada, foi a cabeça dela, depois de ficar tanto tempo parada. Ela pegou uma menina dura, com vontade de fazer o nome, então foi bom. Ele é experiente e mostrou isso na luta”, analisou o profissional, antes de completar.

“Eu adoro ser corner. Só de estar lá dentro, você sabe o que a pessoa está passando. Treinador é treinador, mas quem luta, sabe detalhes que fazem a diferença. É muito bom ter alguém que luta no corner. Já fui corner umas seis, sete vezes”, concluiu.

Wilson Reis, de 36 anos, iniciou sua trajetória no MMA em 2007 e passou por diversas organizações conhecidas do esporte como Bellator, Cage Warriors e UFC. No Ultimate, o brasileiro se destacou no peso-mosca e até chegou a disputar o cinturão da categoria em 2017. Na ocasião, o veterano foi derrotado por Demetrious Johnson. Em sua carreira, o atleta realizou 35 lutas, venceu 24 e perdeu 11 vezes.

Jornalista formado, especializado em MMA. Também acompanho boxe, boxe sem luvas, boxe de celebridades e WWE.

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