O brasileiro Fabrício Werdum é ex-campeão peso-pesado do UFC – Diego Ribas
Prestes a dar as boas vindas a Alexander Gustafsson nos pesos-pesados, em duelo marcado para o card do quarto evento promovido pelo UFC na ‘Ilha da Luta’, em Abu Dhabi (EAU), Fabrício Werdum viu o adversário quebrar uma ‘regra não escrita’, bastante comum entre os lutadores, e comentar sobre uma sessão de sparring feita com o brasileiro no passado. No treinamento, de acordo com o relato do sueco, ele teria levado vantagem sobre o gaúcho e quebrado seu nariz. Informação contestada por ‘Vai Cavalo’, como é conhecido o ex-campeão do Ultimate.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight (veja abaixo ou clique aqui), Werdum confirmou a realização do treinamento em conjunto com o rival há cerca de oito anos, mas desmentiu a versão do sueco. De acordo com o ex-campeão peso-pesado do UFC, o nariz quebrado revelado por Gustafsson não passou de um corte, semelhante ao aberto por ele no rosto do europeu na mesma sessão de sparring.
O brasileiro ressaltou ainda que foi vítima de uma espécie de armadilha projetada pelo sueco e por Travis Browne, ex-lutador do UFC. De acordo com Werdum, ele virou o foco do treinamento, sem descanso, enquanto Gustafsson e o americano se revezavam durante as sessões de sparring diante do gaúcho. Apesar disso, o veterano afirmou que levou vantagem sobre ambos.
“Treino não se comenta, mas já que ele comentou… Mas eu não me lembro de ter o nariz quebrado (por ele). Eu nunca quebrei o nariz, eu acho que não. Se aconteceu, não foi ele, com certeza, que quebrou meu nariz. Ele me deu um soco e realmente abriu. Mas eu também posso falar que abri o rosto dele com uma joelhada no rosto. Teve esse sparring, eles armaram uma ‘casinha’. Eu fui treinar wrestling com o Mark Muñoz, que eu fazia terças e quintas, alguma coisa assim. E eles estavam lá, o Travis Browne e o Gustafsson”, contou Werdum, antes de detalhar o momento em questão.
“Eles estavam lá para fazer um sparring entre eles, e ficou aquele clima de luta, de lutador, eles me olhando, eu olhando, aquela coisa. Eu botei a bandagem, a luva e fui treinar com eles. E a ‘casinha’ foi que o treinamento era para eles e, no final das contas, eu fiquei no meio e fiz três rodadas com cada um deles. Eu ficava no meio, um saía, entrava o outro, e ficavam revezando entre eles. E o treinamento não era para mim, mas eu me dei bem, isso eu tenho certeza”, explicou.
Com quase duas décadas de carreira no MMA profissional, Werdum está acostumado com as provocações pré-luta dos adversários – tática muitas vezes utilizada para atrair o interesse da mídia e dos fãs do esporte para o combate. Apesar disso, o peso-pesado se mostrou confuso com a real intenção de Gustafsson, especialmente por, de acordo com ele, se tratar de uma mentira.
“Eu acho que ele quis fazer isso para poder puxar um pouquinho a mídia, dizendo que quebrou meu nariz, mas ele sabe que não quebrou. Como eu falei, é claro que sangrou meu nariz, mas logo depois eu abri o rosto dele. Não sei se ele chegou a levar pontos no rosto, mas ele quis fazer uma mídia, quer fazer um jeito de puxar para vender a luta. Eu não sei o que ele quis fazer, qual a ideia dele, mas ele mentiu”, finalizou.
No MMA profissional desde 2002, Fabrício Werdum soma 23 vitórias, sendo 11 por finalização, e nove derrotas, além de um empate, em sua carreira. Por sua vez, Alexander Gustafsson, seu adversário no próximo sábado (25), acumula 18 triunfos e seis reveses em seu cartel.
Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.