Siga-nos

Entrevistas

Vitor Belfort relembra sacrifícios em prol do esporte que o levaram ao Hall da Fama do UFC

Na última quinta-feira (26), durante a tradicional ‘Semana Internacional da Luta’, em Las Vegas (EUA), o UFC promoveu a cerimônia oficial do Hall da Fama. E dentre alguns nomes de peso homenageados na temporada de 2025, estava o de Vitor Belfort – que agora faz parte da ‘Ala Pioneiros’ do seleto grupo. Presente no evento, o ‘Fenômeno’ relembrou, em entrevista exclusiva à equipe de reportagem da Ag Fight, os sacrifícios feitos em prol do esporte que o ajudaram a construir um legado importante para a modalidade.

A notícia de que havia sido induzido ao Hall da Fama, dada em primeira mão no UFC 315, em maio, no Canadá, surpreendeu não só o brasileiro, mas como todos ao seu redor. E não por sentir que sua contribuição não condiz com o seleto grupo, muito pelo contrário. Mas sim por não desconfiar que a homenagem seria promovida na atual temporada. Na principal liga de MMA do mundo, Belfort foi vencedor do torneio dos pesos-pesados e ex-campeão meio-pesado (93 kg) do UFC

“Não sabia, nem fazia ideia. Foi uma surpresa que ninguém sabia, na minha família ninguém sabia, nem meu agente. Tem certas coisas que a gente deseja e certas coisas que a gente merece. O Hall da Fama, você tem que merecer. Ou tem que estar com agrado com o homem lá de cima. No meu caso, acho que foi por merecimento. Indiscutivelmente, foi uma honra tremenda para mim. O Hall da Fama, para mim, não está relacionado ao que você fez por você, e sim pelo que você fez pelo esporte”, declarou Belfort.

A luta contra a marginalização

Por se tratar de um esporte novo se comparado a outras modalidades, o MMA teve Vitor como um de seus pioneiros. Sobretudo na década de 90 e início dos anos 2000, quando a atividade era bastante marginalizada e estigmatizada pelos fãs e imprensa, o brasileiro teve um papel fundamental no processo de mudança de percepção. Com participação em diversos programas de TV populares à época, Belfort funcionou como uma espécie de embaixador do esporte, na tentativa de desvincular a prática da violência.

“Me lembro de todas as decisões que tive que tomar ao longo da minha carreira. Me mudar para o Brasil para fazer com que o esporte crescesse por lá. Naquela época, o UFC era maior no Brasil do que na própria América (EUA). Levava o esporte para a televisão brasileira. As pessoas não sabem o sacrifício que foi para hoje estarmos aqui, vocês (imprensa) cobrindo o esporte que, naquela época, ninguém queria. O esporte era muito marginalizado. E eu defendia. Sempre lutei por esse esporte. Fizemos vários programas para mostrar que tinha esporte, não era violência. Sou um tijolinho (dessa história)”, frisou Vitor.

Vitor Belfort no UFC

Prodígio do esporte, Vitor Belfort conquistou seu primeiro título no UFC logo aos 19 anos de idade. Em 1997, ainda no início de sua carreira como profissional, o ‘Fenômeno’ – como ficou conhecido – venceu o torneio peso-pesado da 12ª edição do Ultimate, com duas vitórias por nocaute técnico na mesma noite. Outro ponto alto da primeira passagem de Belfort pelo Ultimate foi sua vitória avassaladora sobre Wanderlei Silva, em 1998. Na ocasião, que marcou o primeiro evento promovido pelo UFC no Brasil, o carioca precisou de apenas 44 segundos para nocautear o rival curitibano – momento que é lembrado até os dias de hoje.

Depois de uma passagem pelo PRIDE, Vitor voltou ao Ultimate no começo dos anos 2000 e, em meio a um momento conturbado de sua vida pessoal, que envolvia o desaparecimento de sua irmã, Priscila. Mesmo assim, o brasileiro se superou e, dentro do octógono, conquistou o cinturão meio-pesado (93 kg) da organização, ao superar o então campeão Randy Couture por nocaute técnico, graças a uma interrupção médica, no UFC 46, em janeiro de 2004. Sete meses depois, porém, o americano levou a melhor na revanche e encerrou o reinado do carioca.

Siga nossas redes sociais e fique ligado nas notícias do mundo da luta: XInstagramFacebookYoutube e TikTok

Natural do Rio de Janeiro, Gaspar Bruno da Silveira estuda jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fascinado por esportes e com experiência prévia na área do futebol, começou a tomar gosto pelo MMA no final dos anos 2000.

Mais em Entrevistas