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Louis Grasse/PxImages

Entrevistas

‘Robocop’ celebra maratona de lutas inédita na carreira e avisa: “Quero mais uma esse ano”

Lutador profissional de MMA desde 2014, Gregory Rodrigues, o ‘Robocop’, nunca havia disputado mais de duas lutas por ano até o início da atual temporada. Mas, com compromisso agendado para este sábado (23), diante do coreano Jun Yong Park, pelo card do UFC Vegas 41, o peso-médio (84 kg) se prepara para entrar em ação pela quarta vez em 2021, uma marca inédita em sua carreira e que, no que depender do atleta da ‘Sanford MMA’, pode inclusive ser ampliada até o final do ano.

Vivendo um bom momento profissional e pessoal, como faz questão de frisar, ‘Robocop’ – em bate-papo exclusivo com a reportagem da Ag Fight – comemorou a oportunidade de finalmente conseguir engatar uma sequência de lutas em um espaço de poucos meses. Empolgado, o carioca ainda se colocou à disposição do UFC para – caso saia ileso do combate contra Jun Yong Park neste sábado – assumir de última hora um compromisso no último mês do ano, que representaria sua quinta apresentação na temporada.

Vale lembrar que a maratona de lutas na atual temporada de Gregory Rodrigues teve início em março, com sua participação no Grand Prix peso-médio do ‘LFA’, evento comandado pelo empresário Ed Soares. Após vencer o torneio, com dois triunfos anotados, ‘Robocop’ foi recrutado pelo Ultimate, onde estreou com o pé direito ao superar Dusko Todorovic, por pontos, no último mês de junho.

“É um recorde quebrado. É algo que eu sempre quis. Sempre conversava com a minha esposa: ‘Preciso lutar mais, preciso criar um ritmo de luta. Sempre que eu luto parece que é a primeira vez’. Mas não foi planejado. Foi algo que aconteceu naturalmente. O Ed (Soares) me ofereceu para disputar o torneio dos pesos-médios do LFA, eram duas lutas, eu aceitei. E depois eu nem esperava, não tinha a mínima expectativa, de receber uma ligação recebendo uma oportunidade no UFC. Mas, logo depois que eu fui campeão (do LFA), no dia seguinte, eu já estava no UFC”, celebrou ‘Robocop’, antes de completar.

“Tem sido muito legal tudo isso que vem acontecendo. Indo para a minha quarta luta em menos de seis meses, praticamente. E, dependendo do que aconteça nessa luta (de sábado), eu quero tentar fazer mais uma esse ano. Talvez um ‘short notice’ em dezembro, para fechar o ano bem. É como eu e meus amigos sempre falamos: ‘Foguete não tem ré. Decolou tem que continuar'”, afirmou.

A ambição de pensar em um novo compromisso até o final do ano antes mesmo de competir neste sábado não é por acaso. Ciente de que vive um momento favorável, não só quanto à frequência de lutas, mas também pelos resultados positivos, ‘Robocop’ não quer desperdiçar a oportunidade de manter e, até mesmo, estender sua boa fase.

O lutador – que credita a mudança para a Flórida (EUA), há alguns meses, como o ponto de partida para sua nova fase – ainda revelou que sua abordagem em relação à carreira e aos compromissos dentro do cage também sofreram alterações positivas nos últimos tempos, coincidindo com a maior frequência de lutas. Mais leve, sem tanta pressão por não cometer erros que poderiam lhe custar importantes vitórias nos antes tão raros combates por ano, ‘Robocop’ tem conseguido se soltar mais em suas apresentações e, consequentemente, evoluir, cenário que antes era impensável, de acordo com o próprio peso-médio.

“Eu acredito que estou na minha melhor forma, na minha melhor fase, tanto fisicamente, como mentalmente e espiritualmente. Estou pronto para esse desafio. Eu entrei em um modo – na minha carreira e na minha vida pessoal – que eu quero curtir esse momento, quero viver esse momento. Eu estou indo para a minha 14ª luta. Tirando essas três lutas que eu fiz esse ano, nas minhas dez lutas anteriores, era sempre um peso para mim. Era desgastante, parecia que eu precisava fazer aquilo. Às vezes, eu entrava no cage, mas não era eu 100%. Talvez menos de 30% que entrava lá”, revelou Gregory, antes de continuar.

“Com tanta bagagem, tanta coisa na minha mochila, era tanto peso que eu não conseguia aproveitar, ver as coisas acontecendo, uma estratégia na luta. Nessas dez lutas anteriores, às vezes, eu não consigo nem lembrar da fisionomia dos meus adversários, de como foi a luta. Era tanta pressão, nervosismo, às vezes até o medo de perder, que me travava, me sabotava. Mas eu consegui chegar aonde eu queria, e tenho muito mais a mostrar, muito mais que eu posso evoluir. E graças a Deus, eu consegui chegar onde eu estou hoje. Tenho um bom cartel, poderia ser melhor. Mas eu acredito que agora eu quero aproveitar tudo. Estou muito feliz de estar aqui, vivendo a semana da luta, o camp foi excelente, sem nenhuma lesão. Eu estou vivendo uma fase incrível na minha carreira. Só tenho que aproveitar”, concluiu.

Aos 29 anos de idade, Gregory ‘Robocop’ Rodrigues soma dez vitórias, oito delas pela via rápida, e três derrotas na carreira. Neste sábado, o peso-médio mede forças com Jun Yong Park, pelo card preliminar do UFC Vegas 41, no seu segundo compromisso pelo principal evento de MMA do planeta. O coreano, mais experiente no octógono do Ultimate, chega para o combate com um cartel de 13 triunfos e quatro reveses.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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