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Raphael Assunção busca alinhar lado mental para dar a volta por cima no UFC

Com mais de dez anos de serviços prestados ao UFC, Raphael Assunção vive sua pior fase na organização. Derrotado em suas quatro últimas lutas, o veterano volta ao octógono neste sábado (15), para encarar o americano Victor Henry, em busca de recuperação.

Mas engana-se quem pensa que o pernambucano tentará apresentar uma nova versão dentro do octógono. Apesar de ter feito, sim, algumas mudanças antes de sua luta, como a troca de seu camp de Atlanta para Las Vegas, onde treinou no UFC PI e na Xtreme Couture, Raphael revelou – em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight (clique aqui) – que seu principal objetivo neste sábado é voltar a mostrar o mesmo nível de atuação que teve durante grande parte de sua carreira.

Para isso, Assunção entende que precisa conseguir manter o foco e a estratégia durante a luta, algo que, em sua visão, faltou nos últimos combates. O desafio, inclusive, parece motivar o atleta de 40 anos, que ressalta sua vontade de provar a si próprio que consegue voltar aos bons momentos vividos antes da sequência negativa de resultados atual.

“Eu quero fazer o meu jogo. O meu desejo dentro do octógono é fazer o meu jogo. Quero estar focado, com a mente sã e fazer o meu jogo que eu sempre fiz. Às vezes, eu tenho algumas memórias recordando as últimas lutas e eu meio que saí do centro, do foco, o mental. Mas eu quero seguir o que eu sempre fiz. Um estilo de luta que eu gosto de fazer, que funciona para mim. Quero começar a fazer isso de novo. É mais para mim. Não é para provar que eu consigo fazer porque eu sei que consigo. É mais para provar para mim que eu consigo estar em uma reta de foco, tecnicamente, estrategicamente, mentalmente, em uma reta segura e firme”, explicou Raphael, antes de completar.

“Tem todo esse aspecto (lidar psicologicamente com as derrotas). Não tem algo específico. Se eu começar a falar, começando da primeira derrota até a última, vão ser tipo desculpas. E eu não quero dar desculpas porque foram decisões erradas, que eu acho que foi o grande fator desse declínio que eu tive. Mas é engraçado, porque eu tenho tipo um histórico do porquê isso aconteceu. E eu comecei a falar para mim mesmo e talvez eu descobri, eu tenho a resposta. E esse é o propósito de estar lutando ainda. Porque eu poderia estar aposentado. Quando eu fiz 40 (anos), eu falei: ‘Ah, vou aposentar’. Mas eu me desafiei, eu falei: ‘Se eu, fisicamente, ainda estou apto, o desafio seria essa parte psicológica. Por que isso aconteceu?’. Vamos arrumar agora e botar em projeto esse novo plano”, finalizou.

Profissional do MMA desde 2004, Raphael Assunção soma 27 vitórias e nove derrotas no seu cartel. Em razão da má fase, o pernambucano chega para o duelo contra Victor Henry, no card do UFC Vegas 62, neste sábado, em situação delicada na organização. Um novo tropeço pode significar o fim de sua trajetória no principal evento de MMA do planeta.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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