Entrevistas
Popó reforça desafio a Aldo e elege Wanderlei e Belfort como boas opções para luta
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Neri Fung, em Niterói (RJ)
Afastado dos ringues de boxe há alguns anos, Acelino Popó Freitas voltou a calçar as luvas no último dia 30 de janeiro para encarar um desafio inédito em sua carreira. Na atração principal do ‘Fight Music Show’, o tetracampeão mundial, de 46 anos, duelou com o youtuber Whindersson Nunes em uma luta não válida para o seu cartel profissional, mas que gerou enorme repercussão e lhe rendeu milhões de novos seguidores nas redes sociais. Por conta do sucesso da empreitada, o astro da nobre arte cogita repetir a dose e já vislumbra possíveis rivais.
Ainda em cima do ringue, logo após o encerramento do ‘FMS’, Popó desafiou o ex-campeão peso-pena (66 kg) do UFC José Aldo para um duelo, nos mesmos moldes do combate contra Whindersson, ou seja, com golpes de verdade, mas com regras ligeiramente modificadas em comparação com o boxe profissional e sem repercussão para o cartel de ambos. Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight (clique aqui), o baiano se mostrou empolgado com a possibilidade de testar as habilidades do lutador de MMA na nobre arte e afirmou que a realização da peleja depende apenas da resposta positiva do manauara.
O sinal verde de Aldo, no entanto, deve ser o menor dos empecilhos para a realização da superluta com Popó. Sob contrato com o Ultimate, o ‘Campeão do Povo’ dificilmente conseguiria a liberação da organização presidida por Dana White para atuar em um combate de boxe, ainda que o mesmo tivesse caráter de exibição. Atento a essa situação, o baiano guarda na manga os nomes de mais dois potenciais adversários, ambos também com grande história no MMA: o curitibano Wanderlei Silva, ex-campeão do Pride, e o carioca Vitor Belfort, ex-campeão do UFC.
“Eu lancei o desafio para o Aldo. O Aldo veio com a desculpa que eu tinha que ir para o kickboxing. Aí eu falei: ‘Poxa, eu lancei o desafio primeiro. Cabe a você ir ou não para a minha modalidade’. Outra, na sua modalidade, você começa como lutador de boxe. Você começa com a guarda em cima, com a base de boxe. Por isso eu chamei. Não teve nenhuma discussão entre a gente, nenhuma inimizade. É uma oportunidade de ter um entretenimento, de um lutador de boxe enfrentar um cara do MMA. Está acontecendo isso nos Estados Unidos, por que não com dois brasileiros? Eu lancei o desafio e estou esperando só a resposta deles para ver se a gente faz ou não essa luta”, comentou Popó, antes de revelar quais lutadores gostaria de enfrentar caso José Aldo não aceite ou não possa aceitar o desafio.
“Eu tenho uma segunda opção muito boa, que é o Wanderlei (Silva), o Cachorro Louco, que é um cara bom de boxe, bom na mão. Tem também o Vitor Belfort, que é uma opção muito boa também para a gente fazer esse entretenimento. Acho que esses dois, que têm uma estatura muito parecida com a minha e que têm um super nome no Brasil e no mundo. São os caras da minha idade, são ex-campeões também igual a mim, do UFC, campeões mundiais. É isso que eu quero. Se vier para cá meia-boca, gente que nunca foi nem campeão baiano, nunca foi nem campeão paulista, que nunca foi nada disso, que nunca foi nem campeão do UFC, se vier para cá fazer desafio, saia, porque não tem nada a ver esse entretenimento com você”, concluiu o baiano.
Em sua longa e gloriosa carreira no boxe profissional, Acelino Popó Freitas acumulou um cartel de 41 vitórias, 34 delas por nocaute, e apenas duas derrotas. O pugilista baiano conquistou quatro títulos mundiais em duas categorias de peso diferentes.
Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.