Siga-nos
Natassia del Fischer/PxImages

Entrevistas

Perto de disputar título dos moscas, ‘Bate-Estaca’ admite interesse em cinturão dos galos

Ex-campeã peso-palha (52 kg) do Ultimate, Jéssica ‘Bate-Estaca’ terá a oportunidade de conquistar seu segundo título pela organização, no próximo sábado (24), ao encarar Valentina Shevchenko no card principal do UFC 261, sediado na Flórida (EUA). Ciente do enorme desafio que terá pela frente diante da atleta do Quirguistão, a brasileira não esconde, porém, que possui planos ainda mais ambiciosos para o futuro caso saia vitoriosa do confronto e se consagre como nova soberana do peso-mosca (57 kg).

Em bate-papo via internet com a reportagem da Ag Fight, durante compromisso com a imprensa brasileira, Jéssica abriu as portas para a possibilidade de buscar a reconquista do cinturão até 52 kg ou, até mesmo, tentar adicionar o inédito título peso-galo (61 kg) da liga à sua coleção. A concretização dos ambiciosos planos, como a própria reconhece, depende do triunfo sobre Shevchenko no próximo sábado e da consequente consagração como nova campeã dos moscas do UFC.

À primeira vista, o interesse pelo título de outras categorias pode assustar, mas vale lembrar que a paranaense, que iniciou sua trajetória no UFC atuando entre os galos, fez história recentemente ao se tornar a primeira lutadora na história do evento a competir, e vencer, em três classes de peso diferentes. Inclusive, o discurso de Jéssica e de sua equipe logo após subir para o peso-mosca já indicava a possibilidade da atleta brasileira flutuar entre divisões, de acordo com as oportunidades que surgissem, e, ao que tudo indica, o plano pode ser mantido, mesmo com a conquista do cinturão até 57 kg da organização.

“Pode ser sim a minha casa, mas quem sabe se o UFC não me dá a oportunidade de ter uma revanche com a Zhang Weili ou com a Rose (Namajunas), dependendo de quem for a campeã. Eu quero, sim, no futuro, pedir uma oportunidade de lutar pelo cinturão do 61 (kg), mas para isso acontecer eu tenho que me sair bem nessa categoria. Quando você vai disputar um cinturão e não ganha, ou ganhou, mas não o defendeu, eu acho que você não tem muito o que pedir”, ponderou ‘Bate-Estaca’, antes de completar.

“Por mais que eu tenha uma história muito grande no UFC, dentro da organização, eu acho que eu sou muito realista com as minhas coisas, com o mundo da luta. Então, acredito que se eu vencer a Shevchenko no sábado e me tornar a nova campeã, eu posso ter o direito de pedir uma coisa a mais: uma luta no 52 (kg)… Se tornar campeã de duas categorias é o que todo mundo quer. Então, eu acredito que pode ser a minha nova casa até 57 kg, eu estou me sentindo muito bem, mas se aparecer qualquer outra oportunidade, eu estou aqui, pronta. Meu negócio é lutar. Eu gosto de lutar”, concluiu a ex-campeã.

Após perder o cinturão peso-palha para a chinesa Zhang Weili, em agosto de 2019, e ser superada na revanche contra Rose Namajunas na sequência, Jéssica ‘Bate-Estaca’ decidiu se testar entre as atletas do peso-mosca. Logo na sua estreia na categoria, a brasileira venceu a então número um do ranking e ex-desafiante ao título, Katlyn Chookagian, com uma apresentação convincente que lhe garantiu o ‘title shot’ para tentar destronar a campeã Valentina Shevchenko.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

Mais em Entrevistas