Siga-nos
exclusivo!
Louis Grasse/PxImages

Entrevistas

Luigi Vendramini afirma que sua maior arma no UFC 263 é a “arrogância” do rival

Após ficar afastado dos octógonos por dois anos, Luigi Vendramini retornou em grande estilo em outubro do ano passado, quando precisou de pouco mais de um minuto de luta para nocautear Jessin Ayari e conquistar sua primeira vitória pelo Ultimate. Neste sábado (12), a jovem promessa do MMA brasileiro, de 25 anos, tentará confirmar a boa fase diante do francês de ascendência argelina Fares Ziam, pelo card preliminar do UFC 263, sediado no Arizona (EUA).

E para este confronto, o peso-leve (70 kg) ganhou uma motivação extra: acabar com uma possível empáfia do rival. Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight, Luigi revelou que tomou conhecimento de algumas provocações feitas pelo adversário e afirmou que não vai deixar barato para Ziam quando o octógono se fechar.

Focado no objetivo de crescer no esporte para poder melhorar a condição de vida de sua família, o brasileiro prometeu finalizar o combate de forma rápida, assim como fez em sua última apresentação. Na verdade, de todas as dez lutas disputadas por Vendramini no MMA profissional até o momento, nenhuma chegou à decisão dos juízes, tendo vencido nove delas, sendo cinco por nocaute e quatro por finalização, além de ter sido levado à lona em sua única derrota na carreira, para o compatriota Elizeu ‘Capoeira’, em sua estreia pelo Ultimate.

“Eu vi algumas entrevistas dele, algumas postagens no Instagram. Ele zuando o Brasil, zuando o aquecimento do jiu-jitsu, falando que o wrestling da Argélia é melhor, são mais duros do que o jiu-jitsu brasileiro. Me chamou também de ‘apenas um grappler’ que não vai conseguir finalizá-lo. Acho que minha maior arma é vencer a arrogância dele. Acredito que ele vai entrar muito arrogante, muito cheio de si, e vai se frustrar muito rápido”, comentou Luigi, antes de completar.

“Eu não luto porque eu gosto de ser atleta ou porque eu gosto de lutar, eu luto porque eu tenho um propósito maior, que é mudar a minha vida, mudar a vida da minha família. Viver a vida que poucos vivem. A minha mentalidade é bem diferente da dele. Ele está de ‘oba oba’ e eu estou aqui por um propósito. Então, acredito que a luta vai se desenrolar bem rápido. Eu tenho certeza que a luta vai acabar no primeiro round, não vai passar dos três minutos de luta. Na hora que eu encontrar a distância, ele vai cair”, prometeu.

A confiança do jovem lutador pode ser explicada também por uma recente mudança realizada em sua vida. Apesar da vitória em sua última peleja, Vendramini não se acomodou e decidiu mudar seu camp de preparação para os Estados Unidos, mais especificamente para a cidade de Denver, no Colorado (EUA), lar da equipe ‘Factory X’, que é liderada pelo treinador Marc Montoya.

A mudança, de acordo com o lutador, trouxe ainda mais foco para sua carreira, uma vez que na fria cidade norte-americana encontrou poucas opções de lazer. Além disso, Luigi destacou o comprometimento dos novos companheiros de equipe nos treinamentos, uma das principais diferenças encontradas por ele nos Estados Unidos.

“Eu vim para os Estados Unidos no dia 20 de janeiro e comecei a treinar com o treinador Marc Montoya. É uma grande mudança para mim. A cultura americana de treino é muito diferente da brasileira. Eles se puxam mais, são mais motivacionais, eles sempre fazem você dar o seu máximo todo dia. Uma coisa muito interessante também do lugar para onde eu me mudei é que a altitude é quase 2000 metros acima do nível do mar. Nas primeiras três semanas você acaba sentindo bastante a diferença da oxigenação, mas depois que você desce seu cardio melhora 100%. Pelo menos é o que falam, vai ser a primeira vez que eu vou testar”, contou Vendramini, antes de elaborar sobre sua adaptação aos Estados Unidos.

“Lá é bem frio. Até me adaptei bem, mas a gente sempre fica com saudade de casa. Muito tempo sem ver a família. Eu sou acostumado a treinar junto com meu pai. Sem meus amigos que eu cresci junto. Foi uma coisa que eu tive uma batalha mental todos os dias, até porque praticamente eu estava de quarentena. Eu só treinava e ia para casa. Eu não fiz outra coisa a não ser treinar, malhar e me alimentar bem. Eu fiz coisas que eu nunca tinha feito na minha vida, tipo dormir todos os dias às 22h. Sábado à noite, eu dormia às 22h. Coisa que você não consegue fazer no Brasil, porque sempre tem um barzinho, alguma coisa para ir. Aqui a diversão dos caras é assistir Netflix, fazer um jantar, comer algo fit. Eu já sou um cara muito focado – não bebo, não fumo, não uso nenhuma droga – e aqui eu acho que cheguei no 110% do foco”, afirmou o peso-leve, que pretende se dividir entre o Brasil e os Estados Unidos a partir de agora.

No MMA profissional desde 2016, Luigi Vendramini soma nove vitórias e uma derrota em seu cartel. Pelo UFC, o ‘Italian Stallion’, como é conhecido, perdeu em sua estreia e se recuperou no segundo compromisso, com um belo nocaute. Já seu adversário neste sábado, Fares Ziam, acumula 11 triunfos e três reveses, e possui o mesmo histórico que o brasileiro dentro do octógono do Ultimate.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

Mais em Entrevistas