Entrevistas

Larissa Pacheco explica falha em pesagem e cogita ser reserva para disputa de título

Com duas vitórias seguidas por nocaute, Larissa Pacheco era uma das esperanças brasileiras para chegar na final do GP do peso-leve (70 kg) do PFL deste ano. No entanto, uma falha na pesagem tirou a lutadora da semifinal do torneio, que aconteceu no último dia 19 de agosto, nos Estados Unidos. Passados alguns dias do episódio, a atleta, em contato exclusivo com a reportagem da Ag. Fight, detalhou os bastidores do episódio.

De acordo com a atleta, sua saga começou antes mesmo de sua chegada nos EUA. Com dificuldades para conseguir o visto para entrar nos EUA, a brasileira teve pouco tempo hábil para conciliar a parte final do corte de peso com os compromissos oficiais do evento, além de sofrer com a falta da famosa (e temida) banheira, item muito utilizado para intensificar o processo de desidratação do corpo dos atletas.

“Passei muito tempo para chegar lá e cheguei em cima da hora, na segunda-feira. Passei uns dias no Rio de Janeiro para tirar o visto, acabou que comi, fiquei sem treinar esses dias. Na semana da luta, passei um tempo na imigração, fomos para o hotel, tive compromissos no dia e não me colocaram em um quarto com banheira e sabemos que o corte de peso fica bem mais fácil na banheira. Fizemos na sauna portátil e é mais desgastante. Na terça, pela noite, o evento disse que conseguiria um quarto com banheira, mas não deu, porque o hotel estava cheio. Acabamos que fomos para um quarto de um funcionário do PFL, que virou amigo nosso, e usamos a banheira. Como passei o dia na coletiva, fiquei mais cansada”, afirmou a peso-leve, antes de completar.

“Fiz o corte, mas chegamos até o limite e faltavam dois quilos para tirar. Acordamos umas 9h da manhã (do dia da pesagem) e começamos a fazer o corte. Quando eram umas 11h50, falaram que não tinha mais tempo, que ia encerrar a pesagem e eu terminei de fazer o último abafa, ia fazer mais uma banheira e ia bater peso. Estava no tempo. Mas avisaram que não dava mais tempo. Fiquei 900 gramas acima”, concluiu.

No PFL desde 2019, Larissa nunca havia passado por uma situação semelhante, o que a deixou incomodada. No entanto, com quase dez anos de experiência na modalidade, a brasileira sabe que essas situações são rotineiras no esporte, tanto que adiantou que não pretende se abalar com essa dificuldade.

Divulgação/PFL

“Fiquei mal pelo fato de não participar do evento. É ruim a gente ficar sem luta. Mas meu pensamento era que aconteceu, em dez anos de carreira nunca tinha acontecido. Não foi preguiça minha, fui no tempo do corpo e ia conseguir. Poderia começar mais cedo, mas o corpo estava indo, estava desidratando, estava bem. Sentia a fraqueza do corte, que é normal. Se tivesse mais 20 minutos eu bateria. Mas não posso deixar que isso mexa com minha cabeça e não consiga trabalhar. Fiz um começo muito bom do GP, com resultados expressivos, estou evoluindo, todos estão vendo isso. Sei que não foi amadorismo, que é o fim da carreira. Acontece. Não posso abaixar minha cabeça”, analisou Pacheco.

Além de não poder se apresentar e manter seu bom momento na companhia, a brasileira perdeu a chance de faturar um milhão de dólares (cerca de R$ 5,2 milhões), prêmio dado para a campeã do GP. Larissa destacou a importância que esse dinheiro teria para sua carreira, principalmente para formar uma estrutura de trabalho melhor ao seu redor.

“Todo mundo quer ganhar um milhão. Não é pelo dinheiro, mas muda a carreira de um atleta que não tem acesso a muita coisa. Os atletas brasileiros são os mais fracos de estrutura e estabilidade financeira. A gente trabalha para investir no camp, para ganhar e evoluir. A gente pensa logo no dinheiro. A grana que ia consegui sobreviver com o que recebi de 2019, eu mostrei um bom resultado agora. Se ganho isso, mostraria uma Larissa muito melhor nas próximas lutas”, afirmou a competidora.

Embora não tenha participado da semifinal do torneio, Larissa ainda mantém as esperanças de poder lutar pelo título. A lutadora revelou que está trabalhando para ser reserva da luta entre Kayla Harrison e Taylor Guardado, que vale o cinturão.

“A gente esta tentando que eles me coloquem no card da final, ou pelo menos ficar de reserva. Vou continuar treinando para voltar cada vez mais forte. Acho que pelo fato de não bater o peso, dei uma caída e a reserva pode ser a Mariana (Morais). Não sei como funciona, se fico de reserva. Vou ver o que eles vão me dizer. Eu preferia sair como reserva para ter a chance de disputar o cinturão, mas se não acontecer, tudo bem. Se conseguirem uma luta, eu quero trabalhar. Mas tem chance (de ser reserva). Vamos aguardar o próximo evento que vai ter no dia 27 e ver como será na final”, finalizou.

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