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Entrevistas

Larissa Pacheco critica rival por tentar “sentar na janela” para lutar com Cyborg

O desafio feito por Kayla Harrison a Cris Cyborg, após vencer Aspen Ladd na última sexta-feira (24), em sua volta ao cage da PFL depois de um ano afastada das competições, não foi visto com bons olhos por Larissa Pacheco. A paraense, que na mesma noite conquistou o bicampeonato da liga, desta vez na categoria dos penas (66 kg), acredita que deveria ter prioridade sobre a rival de longa data na hora de definir qual lutadora da Professional Fighters League medirá forças primeiro com a curitibana, campeã do Bellator.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight (clique aqui), logo após sua conquista, a paraense iniciou sua campanha para ocupar a vaga de próxima adversária da lendária lutadora curitibana – vista por muitos como a maior de todos os tempos do MMA feminino. E o principal argumento que Larissa Pacheco utiliza para desbancar Kayla Harrison na preferência da PFL em um futuro combate contra Cris Cyborg é a meritocracia.

“Já é o segundo ano em que ela (Kayla) não é campeã. É o meu segundo ano consecutivo sendo campeã. Ela já foi duas vezes campeã da PFL, eu sou atualmente duas vezes campeã da PFL, em duas categorias diferentes. Então, nada mais justo do que eu fazer essa luta (contra a Cyborg). A gente trabalha para caramba para poder chegar nesse cinturão. É difícil! Não é fácil ganhar, não é fácil cortar peso quatro vezes no ano. Não é fácil passar o ano inteiro treinando para isso. ‘Ah, é muito bacana ganhar essa grana’. É muito bacana, mas a gente não tem vida, a gente vive isso o tempo todo. Então, chegar alguém que passou o ano inteiro descansando e querer sentar na janela ou passar na frente é foda“, disparou Larissa.

Honra do lado de fora do cage, guerra dentro dele

Aos 29 anos e em franca ascensão na carreira, Larissa Pacheco reconhece que a oportunidade de lutar contra a primeira lutadora a conquistar um ‘Grand Slam’ no MMA – título em quatro grandes organizações: Bellator, UFC, Strikeforce e Invicta FC – seria motivo de honra para ela. No entanto, a paraense ressalta que o respeito ficará do lado de fora do cage, porque dentro o clima vai esquentar.

“Ela (Cyborg) ainda é o maior nome do mundo. Atualmente na ativa, ela é o maior nome. A Amanda (Nunes) se aposentou e ficavam as duas parelhas. A Cris pelo fato de já estar há muito tempo tem esse peso maior nas costas. Mas a Amanda deu um break. E eu estou chegando agora. Não sei nem explicar. A sensação é de honra. É de um grande guerreiro lutar contra outro grande guerreiro e no final todo mundo vai ganhar, independentemente do resultado. Vai ser uma honra fazer esse combate. Lá dentro a gente é igual, lá dentro a gente se mata. Depois que acabou a luta, o respeito continua“, concluiu.

Prioridade sobre Harrison garantida?

Ao que tudo indica, Larissa Pacheco terá seu desejo atendido e terá prioridade sobre Kayla Harrison em um duelo de campeãs contra Cris Cyborg previsto para acontecer em 2024. Pelo menos é o que afirmou o fundador e presidente da PFL, Donn Davis, em entrevista coletiva pós-show na última sexta-feira. Resta saber se o dirigente cumprirá com sua palavra.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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