Com duas vitórias seguidas no Ultimate, Viviane Araújo entrou no octógono do UFC 262, evento realizado no último sábado (15), com a certeza de que teria pela frente seu grande teste de fogo. A brasileira mediu forças com Katlyn Chookagian, atual número dois do ranking do peso-mosca (57 kg), mas, apesar da boa apresentação e da possibilidade do triunfo, ela deixou o cage com a derrota por decisão unânime dos jurados.
Frustrada com o resultado negativo e pela forma como o confronto foi analisado, Viviane não poupou críticas à postura dos jurados. Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, a brasileira destacou que foi melhor no primeiro e segundo assaltos e que não entendeu como um dos árbitros laterais chegou a apontar a superioridade da americana em todos os rounds.
“Estou me sentindo injustiçada pelos juízes. O que a gente esperava, no mais absurdo dos cenários, era o empate. Mas um 30 a 27 não existe. Ficamos muito tristes, trabalhamos muito, mas estou bem melhor, pensei um pouco. Estou recebendo o carinho dos fãs, todo mundo indignado. Nem quis me posicionar ainda, porque já foi e não vai mudar. Agora é trabalhar e não deixar nas mãos dos árbitros, principalmente em luta fora do Brasil”, disparou, antes de insinuar que a nacionalidade e importância de sua rival no esporte possam ter pesado na hora do julgamento.
“Acho que sim (nome dela e por ser americana pesou). Não tem como ir para ela desse jeito. Não entendo. Foi uma injustiça, mas é bola para frente, é tirar aprendizado e voltar mais forte. Agora é ir para arrancar a cabeça. Me senti muito mal depois. É voltar aos treinos, consertar algumas coisas e acho que se rolar revanche a gente aceita, porque está rendo repercussão. Se rolasse uma revanche seria o ideal”, completou.
Além do resultado controverso, o duelo teve outro momento polêmico. Durante o segundo round, ‘Vivi’ conseguiu uma posição de domínio no chão, quando encaixou uma guilhotina na americana. Com semblante de dor, Chookagian sinalizou que poderia dar os três tapinhas, gesto de desistência, quando tocou duas vezes no corpo da brasileira até segurar a sua outra mão na sequência. De acordo com a atleta da equipe ‘Cerrado MMA’, ficou clara que a adversária tinha aberto mão da luta naquele momento.
“Eu vi depois da luta, na hora não senti que ela estava querendo desistir. No vídeo é bem claro, a guilhotina estava encaixada. Quem estava ao lado do corner dela era o (Gilbert) ‘Durinho’ e, como sempre treinamos juntos, ele pediu para montar, porque não viu que guilhotina estava encaixada, mas meu corner falava para apertar que ela ia desistir, mas eu não escutava pelo barulho da torcida. Acabei soltando, fui para a montada e desisti da posição. No vídeo mostra bem claro que ela tentou desistir sim. Estava encaixado e ela ia desistir, mas eu afrouxei para investir em outra posição. Eu fico bem chateada dos juízes não verem isso. Ainda repetiu no telão no intervalo, todo mundo viu que ela tinha batido. Eles deveriam ter visto, eu estava levando 80% do round”, lamentou a brasileira.
Com o resultado do último sábado, Viviane Araújo caiu uma posição no ranking do peso-mosca e agora é a oitava colocada. A atleta iniciou sua trajetória na maior organização de MMA do mundo em 2019, realizou seis combates e superou quatro adversárias. Seus triunfos mais importantes no esporte foram diante de Alexis Davis e Roxanne Modafferi.