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Gastelum admite ter lutado contra “alguns demônios”, mas afirma: “Eu os venci”

Kelvin Gastelum prometeu o melhor de sua forma em Abu Dhabi – Natassia del Fischer

Vindo de sua primeira sequência negativa na carreira, com derrotas para Israel Adesanya e Darren Till, Kelvin Gastelum promete estar pronto, tanto mentalmente como fisicamente, para reverter a situação diante de Jack Hermansson na co-luta principal do terceiro evento do UFC na ‘Ilha da Luta’, em Abu Dhabi (EAU), marcado para este sábado (18). Em conversa com a imprensa durante o media day virtual, o peso-médio (84 kg) destacou que conseguiu recuperar o prazer de passar por todo o processo de preparação para este confronto, algo que há tempos não sentia, de acordo com o próprio.

Mas, para isso, o americano precisou batalhar contra “demônios” internos, que ganharam força após as frustrações da temporada passada. Vencedor da 17ª edição do reality show ‘The Ultimate Fighter’ e tido como uma potencial futura estrela do UFC, Gastelum demorou alguns anos até atingir uma disputa de título e, quando estava prestes a completar esse objetivo, em fevereiro de 2019, viu o então campeão dos médios Robert Whittaker ser retirado da disputa a poucas horas do evento, por conta de problemas de saúde, frustrando a possibilidade do desafiante lutar pelo cinturão da categoria.

Dois meses depois, Kelvin acabaria derrotado por Israel Adesanya, em duelo válido pelo cinturão interino da divisão até 84 kg, tendo novamente frustrado o sonho de ser campeão do UFC. Já em novembro do ano passado, na edição 244 do Ultimate, o americano perdeu a segunda consecutiva, pela primeira vez na carreira, desta vez para o inglês Darren Till, por decisão dividida dos juízes, em uma atuação abaixo do seu potencial. Os resultados negativos contribuíram para que o lutador passasse por momentos difíceis em sua vida fora do octógono, que agora, ele afirma, ficaram para trás.

“Eu estou em um momento muito bom mentalmente e fisicamente, o que realmente não foi o caso nas minhas últimas duas lutas. Não estou inventando desculpas. Existem muitas coisas que acontecem nos bastidores para muitos lutadores, mas isso está no passado. Eram apenas algumas coisas pessoais que estavam acontecendo na minha vida, e nós eliminamos esse aspecto, e eu sinto como um ressurgimento, eu realmente aproveitei o processo para esse camp, o que não vinha sendo o caso no passado. Acordar, treinar, fazer dieta, perder peso – eu aproveitei cada dia desse processo, estou em um bom momento mentalmente e fisicamente”, contou Gastelum, antes de completar.

“Ano passado eu deveria ter lutado pelo título em fevereiro, e na minha cabeça eu seria campeão mundial, e isso não aconteceu. Lutei em abril e perdi, lutei em novembro e perdi, então sim, eu acho que tive um pouco de depressão. Ganhei tipo 30 pounds (cerca de 13 kg) e tive uma lesão, tive que me recuperar disso. Eu tive que lutar contra alguns demônios no meu tempo livre. E quer saber? Eu lutei contra eles, eu os venci, e aqui estou pronto para outra”, revelou.

Aos 28 anos, Kelvin Gastelum compete no MMA profissional desde 2010 e acumula 15 vitórias, cinco derrotas e um ‘no contest’ (luta sem resultado). Seu adversário no evento do UFC do próximo sábado, Jack Hermansson, de 32 anos, possui 20 triunfos e os mesmos cinco reveses, em dez anos de carreira.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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