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Entrevistas

Evolução da arte suave! Nicholas Meregali defende a ‘profissionalização’ do jiu-jitsu

Apontado por boa parte da comunidade do jiu-jitsu como o principal representante da modalidade em competições de kimono na atualidade, Nicholas Meregali destoa dos demais lutadores não somente desportivamente, mas também na postura fora dos tatames. Dono de uma personalidade forte e de declarações que exalam confiança, o faixa-preta brasileiro enxerga apenas uma saída para que a arte suave evite uma estagnação e evolua cada vez mais: sua profissionalização.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight, Nicholas, que competiu na quarta edição do ‘Fight Pass Invitational’ – evento de grappling -, na última quinta-feira (29), destacou que os atletas que competem de kimono precisam quebrar, de certa forma, os protocolos e focar mais em ‘se vender’ e tornar, consequentemente, a modalidade mais atrativa. Na visão do gaúcho, a parceria com shows profissionais também é primordial para buscar um prestígio equiparado ao de competições sem kimono.

“Tentar trazer o jiu-jitsu de kimono para esse lado mais profissional. Acho que não tem mais para onde crescer. Da maneira que o jiu-jitsu de kimono está sendo guiado, não tem mais para onde ir. O próximo passo é migrar para essa questão mais profissional, os atletas entenderem melhor mais como fazer mídia, como fomentar as lutas, participar de eventos profissionais. Aí o jiu-jitsu de kimono pode tomar uma proporção parecida com a que o grappling está tomando. Uma entrevista pós-luta, esse tipo de coisa que no jiu-jitsu de kimono não existe”, avaliou Meregali.

Desafio ousado

Adepto do ‘trash talk’, Nicholas atrai a atenção dos fãs. Após brilhar no Pan de jiu-jitsu, em março, o gaúcho optou por não competir no Mundial e desafiar o vencedor da categoria ‘absoluto’ para uma superluta. Vencedor e destaque da competição, Victor Hugo Costa se tornou o alvo de Meregali que, na tentativa de tornar o duelo – ainda sem data para ocorrer – mais atrativo, apostou 20 mil dólares (R$ 95 mil) de seu próprio bolso para a eventual disputa.

“Victor Hugo, vai rolar. Eu apostei 20 mil dólares. A questão da bolsa com o Fight Pass ou com outra indústria, cada um negocia o seu pagamento. Mas eu apostei 20 mil dólares e ele aceitou. Ficou meio em aberto, não entendi se ele aceitou a aposta de 20 mil, mas de qualquer forma fiquei feliz que ele aceitou a luta”, revelou Nicholas.

Dono de grandes feitos em torneios de kimono, Meregali tem, aos poucos, feito uma transição para as disputas sem kimono. No grappling, apesar do pouco tempo de atividade e dedicação, o gaúcho já demonstra bons resultados, como na recente vitória sobre Roberto ‘Cyborg’, conquistada na prorrogação, no ‘Fight Pass Invitational’.

Natural do Rio de Janeiro, Gaspar Bruno da Silveira estuda jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fascinado por esportes e com experiência prévia na área do futebol, começou a tomar gosto pelo MMA no final dos anos 2000.

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