Campeão do torneio dos meio-pesados (93 kg) de 2019 do PFL, Emiliano Sordi está vivo em busca do sonho do bicampeonato. Nesta sexta-feira (27), o argentino mede forças contra Antônio ‘Cara de Sapato’, em uma das semifinais do GP, em evento que acontece em Fort Lauderdale (EUA). Mas ao contrário da temporada vitoriosa, o sul-americano não teve tanta facilidade para se colocar entre os quatro primeiros desta vez.
Em 2019, Sordi fez cinco apresentações no cage do PFL, vencendo todas por nocaute ou finalização. Inclusive, o o atleta passou do primeiro round apenas em sua primeira luta, quando nocauteou Vinny ‘Pezão’ na segunda parcial. Já em 2021, porém, o argentino venceu Chris Cammozi por pontos e empatou com Dan Spohn, apontando para uma possível queda de rendimento que foi analisada pelo lutador em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight.
“A verdade é que eu vacilei. Em 2020 eu não treinei nada, a quarentena me quebrou, passei o ano comendo. Antes da primeira luta eu peguei COVID-19. Na segunda luta, fiquei com uma infecção na perna, fiquei internado, tomei antibiótico e isso deu uma baixada no condicionamento. Mas agora estou 100%, bem preparado. Agora é tentar voltar para meus nocautes rápidos (risos)”, explicou o argentino, antes de admitir que espera uma luta dura contra ‘Cara de Sapato’, mas prometeu a sua volta às origens.
“Meu estilo de luta é esse (ir para cima desde o começo). Acho que a gente luta como faz na vida. Na vida eu sempre vou para cima com tudo. Não consigo segurar, fazer uma luta tranquila, especular. Eu vou para cima logo. Eu vou para definir logo. O ‘Cara de Sapato’ é um cara duro, é experiente. Mas eu também sou. A expectativa é por uma boa luta, porque ele é do jiu-jitsu, mas ele briga. Não é aquele cara de amarrar a luta. Vai ser uma luta bem movimentada”, concluiu o atleta que tem 16 triunfos por nocaute na carreira.
Em alta no PFL em decorrência de suas grandes apresentações, Sordi poderia vislumbrar um acerto com o UFC, em busca de mais reconhecimento no cenário mundial. No entanto, não é dessa maneira que o argentino parece pensar. Mesmo consciente do tamanho do Ultimate, o lutador foi mais um que reclamou da política salarial da franquia presidida por Dana White.
“A gente sabe que o UFC é grande, tem grandes lutadores, mas os melhores do mundo não estão só lá. Existem caras duríssimos fora, mas o marketing que ele tem é melhor. O PFL tem três anos e o UFC tem mais de 20, então ele tem uma história mais longa, mas agora estamos vendo os lutadores irritados com o UFC, porque estão recebendo pouco dinheiro. Todo mundo reclama. E tem razão, a gente quase morre na luta, é um esporte perigoso, não é uma brincadeira para ganhar só 30 mil dólares?! Está louco?! (risos)”, afirmou o atleta de 30 anos, emendando o seu raciocínio.
“Estou muito bem aqui no PFL. Talvez mais para frente, com um nome maior eles me falem que vão me pagar um bom dinheiro, muito bom dinheiro, aí vamos. Mas só para falar que estou no UFC para não ganhar nada? Fico aqui mesmo”, finalizou.
No MMA profissional desde 2009, Emiliano Sordi, que já teve uma passagem pelo Bellator, possui um cartel de 23 vitórias, oito derrotas e um empate na modalidade. No PFL desde 2018, o argentino acumula sete triunfos, apenas uma derrota e um empate.