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Diego Ribas

Entrevistas

Em ótima fase no UFC, Glover Teixeira destaca segredos do sucesso aos 41 anos

Embalado por quatro vitórias seguidas, Glover Teixeira encara o compatriota Thiago ‘Marreta’ neste sábado (7), na luta principal do UFC Las Vegas 13. A boa fase, que o levou à terceira colocação no ranking dos meio-pesados (93 kg) e, consequentemente, de volta à corrida por um ‘title shot’, é ainda mais impressionante ao considerarmos que o veterano acaba de completar 41 anos de idade.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, o mineiro destacou alguns dos segredos para, além de conseguir ampliar sua longevidade no esporte, se manter em alto nível de competição, ainda na busca pelo sonhado cinturão do UFC. Glover ainda revelou que prefere não fazer planos de longo prazo, como, por exemplo, determinar uma data limite para a sua aposentadoria.

“O segredo é a gente ouvir, abrir a mente, ouvir os profissionais. Com a ajuda do UFC PI (Performance Institute). Ouvindo mais os coaches e ouvindo meu corpo também. Mantendo uma disciplina. Não só ouvir, porque muitas vezes as pessoas têm a sabedoria, mas falta colocar em prática. Então, tem que colocar em prática tudo isso. E querer. É um sonho conquistar o cinturão da categoria. E é isso aí que está dando certo”, declarou Glover, antes de completar.

“Na verdade, eu não sou um cara que fico pensando em um futuro muito distante. Quando eu comecei, acho que talvez eu pensasse que com essa idade já estaria aposentado, mas é uma coisa que eu nunca parei para pensar de verdade. Até hoje eu não paro para pensar assim: ‘Daqui a cinco anos eu vou estar lutando?’. Eu vou levando a vida, mas eu estou feliz de estar lutando com 41 anos, estar aqui ainda. É uma coisa que eu gosto, e quanto mais tempo eu fizer é melhor”, afirmou.

A experiência adquirida nos longos anos dedicados ao MMA também traz serenidade a Glover na hora de comentar assuntos polêmicos. Se anteriormente tudo levava a crer que o confronto contra Thiago ‘Marreta’ definiria o próximo desafiante ao título dos meio-pesados, agora, de acordo com Dana White, presidente do UFC, o posto deve ser ocupado pelo nigeriano Israel Adesanya, atual campeão do peso-médio (84 kg), que subiria de categoria momentaneamente para tentar destronar o polonês Jan Blachowicz e conquistar seu segundo cinturão pela organização.

Focado no seu compromisso de sábado, o mineiro ressaltou que não se preocupa com decisões que estejam fora do seu controle ou responsabilidade. Além disso, Glover relembrou que, pelo fato da disputa entre Adesanya e Blachowicz ainda não ter sido confirmada oficialmente pela liga, ainda existe a possibilidade de conseguir o próximo ‘title shot’ com uma vitória sobre ‘Marreta’.

“Na verdade, eu nem prestei atenção nessa notícia. Quem sou eu para achar justo ou não. Não é o meu trabalho. Meu trabalho é treinar, me preparar e lutar agora contra o Marreta. São coisas que não estão no meu controle, então eu não fico preocupado. Quero lutar pelo cinturão, estou fazendo para isso, e ainda há a possibilidade dessa luta acontecer”, finalizou o veterano.

Com uma trajetória no UFC de oito anos, Glover Teixeira já teve a oportunidade de disputar o cinturão dos meio-pesados, mas acabou superado pelo então campeão Jon Jones na decisão unânime dos juízes. Atualmente, o mineiro ostenta sua segunda maior sequência de vitórias na organização, com quatro, atrás apenas de seus cinco triunfos consecutivos nas primeiras apresentações pelo Ultimate, que lhe garantiram o ‘title shot’ em 2014.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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