Siga-nos

Entrevistas

Durinho descarta arrependimento após derrota para Belal no UFC 288: “Aprendizado”

Depois de emendar duas vitórias imponentes consecutivas nos quatro primeiros meses do ano, Gilbert Durinho fez campanha para voltar ao octógono no UFC 288, que precisava de um novo co-main event após a retirada da luta entre Charles ‘Do Bronx’ e Beneil Dariush. O desejo do meio-médio (77 kg) foi atendido e, diante de Belal Muhammad, o brasileiro teve a oportunidade de lutar por um ‘title shot’ garantido, algo que já parecia estar em seu horizonte antes mesmo deste combate. Uma lesão logo no início da luta, no entanto, atrapalhou os planos do faixa-preta e ajudou a decretar sua derrota. Mas o niteroiense não se arrepende da decisão.

Pelo menos foi o que o próprio Gilbert Durinho confirmou em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight (clique aqui), pouco mais de duas semanas após sua derrota para Belal Muhammad no co-main event do UFC 288, realizado no dia 6 de maio, em Newark (EUA). Na visão do meio-médio, caso tivesse optado por esperar pelo seu ‘title shot’ – sendo que Colby Covington já havia sido confirmado previamente por Dana White, presidente do Ultimate, como o próximo desafiante ao cinturão da categoria – muita coisa poderia acontecer e sua posição ficaria ameaçada. Portanto, a decisão tomada por ele – e questionada por parte dos fãs – não parece atormentá-lo.

“A principal motivação de pegar essa luta foi porque eu acho que ia acontecer muita coisa na categoria. Se eu sentasse e ficasse esperando, talvez eu poderia manter esse lugar, essa posição (de próximo desafiante após o Colby). Mas eu acho que ia acontecer muita coisa. Tem o Kamaru (Usman), que é um nome forte na categoria, tem o Belal Muhammad que também estava merecendo bastante, tem o Shavkat (Rakhmonov) que está chegando. Então, ao invés de ficar sentado, esperando, vamos trabalhar e pegar luta”, explicou Durinho, antes de completar.

“Se eu me arrependo? É difícil falar. Eu acho que eu não me arrependo. Eu acho que tudo tem uma lição. Tudo tem um aprendizado. Poderia ter dado uma descansada. Mas quando o médico me explicou da lesão, ele falou que foi uma pancada muito forte, que se eu tivesse descansado e lutado só em julho ou agosto e caísse daquele jeito, a lesão ia acontecer também. Não foi uma lesão que aconteceu porque eu forcei a luta. Eu não estava seguro. Se eu tivesse sentado e esperado, acho que alguma coisa ia acontecer. Não estava garantido, e eu quis garantir (o title shot). Me machuquei, mas acho que não caí tanto para trás”, afirmou.

Recuperação e previsão de retorno

Como já havia antecipado, Durinho não precisará passar por cirurgia após lesionar seu ombro. Mas a recuperação também não será rápida. De acordo com sua previsão, o retorno aos treinos – de forma leve ainda – deve acontecer por volta de agosto ou setembro. A partir daí, o brasileiro acredita que já poderá pensar novamente em um novo compromisso. E, em seus planos, se tudo der certo, a volta ao octógono do UFC virá ainda nesta temporada.

“Meu plano agora é me recuperar bem, voltar a treinar bem e no final do ano estar fazendo mais uma luta. Ver como vai rolar essa situação, como vai ser Colby contra Leon Edwards, deixar esses caras todos da categoria lutar. Bem para o final do ano (dá para voltar). Eu quero descansar. A gente está em maio. Acho que no começo de agosto, se der tudo certo, eu começo a fazer fortalecimento já com peso, voltar a treinar um pouco mais controlado, mais cadenciado, fazendo muito cardio. Então, acho que vai ser agosto, setembro, talvez outubro, voltando (aos treinos), sentindo, para começar um camp para novembro ou dezembro. Se for tudo bem, acho que novembro ou dezembro eu vou estar voltando”, projetou.

Com a derrota para Belal Muhammad no UFC 288, Gilbert Durinho viu sua sequência positiva de vitórias ser encerrada. Anteriormente, o niteroiense acumulou dois triunfos consecutivos sobre Neil Magny e Jorge Masvidal, ambos em 2023. Apesar disso, o faixa-preta segue no top 5 do ranking da divisão dos meio-médios do Ultimate e ainda sonha com uma nova corrida rumo a uma disputa de título.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

Mais em Entrevistas