As últimas duas semanas foram, sem sombra de dúvidas, as mais agitadas da carreira de Diego Lopes como lutador profissional. Para entrar no octógono no último sábado (29), no ‘co-main event’ do UFC 303, em Las Vegas (EUA), o brasileiro precisou passar por uma verdadeira montanha-russa de emoções e mudanças de última hora. Em entrevista exclusiva à equipe de reportagem da Ag Fight após o evento, o peso-pena (66 kg) manauara relembrou toda a confusão que precedeu seu combate e ‘perdoou’ Brian Ortega por sair do duelo de última hora.
Tudo começou quando Diego e Ortega foram escalados para medirem forças com apenas duas semanas de antecedência. Com problemas no corte de peso, o americano sugeriu que a luta fosse transferida do peso-pena para o peso-leve (70 kg) – proposta aceita por Lopes e sua equipe. Entretanto, a poucas horas do combate, ‘T-City’, como é conhecido, passou mal e foi impedido de competir. Sendo assim, a alta cúpula do UFC agiu rápido e escalou Dan Ige para encarar o brasileiro de última hora, com um novo peso-casado: 74,8 kg.
“Foi uma loucura, acho que nunca tinha vivido algo assim na minha carreira. Não sei se tinha acontecido algo assim no UFC também. Foi uma montanha-russa de emoções. As coisas aconteceram rápido e a gente teve que tomar decisões rápidas e precisas também. Gosto de desafios, de lutas duras. O Dan Ige era uma luta muito dura e a gente pôde sair com a vitória, então estou feliz com isso (…) Não tenho tempo para ficar bravo com o cara (Ortega). A gente fica um pouco frustrado, mas a gente não sabe da dificuldade que ele tem passado. Não tenho raiva, porque isso pode acontecer com qualquer um. Espero que ele esteja bem de saúde e possa voltar melhor”, destacou Diego.
Reconhecimento do patrão
A coragem e espírito aguerrido de Lopes, que manteve um importante combate do UFC 303 de pé, não passou despercebida por Dana White, presidente da organização. Ainda no octógono, logo após o brasileiro derrotar Dan Ige por decisão unânime dos juízes, o cartola exaltou a postura do especialista de jiu-jitsu. Por ter, de certa forma, ‘ajudado’ a companhia, Diego espera que seus próximos passos na liga sejam devidamente recompensados pela alta cúpula do Ultimate.
“Ele (Dana) falou que estava muito feliz com o que viu. São coisas que ele falou que nunca tinha visto alguém fazer, falar sim para tudo que eles tenham oferecido. Lutar em duas semanas no ‘co-main event’ com o número 3 do mundo, trocar de categoria faltando 4 horas para a pesagem, trocar de adversário e categoria outra vez faltando 2 horas para a luta. Então ele estava muito feliz, falou que fiz meu trabalho aqui desse lado e do outro lado ele vai fazer o dele. É isso que espero (boas lutas em bons cards). Espero um oponente dentro do top 5, tenho feito por merecer isso”, projetou o brasileiro.
Atual número 14 do ranking dos penas, Diego pode subir na classificação da categoria na próxima atualização da listagem, prevista para a próxima terça-feira (2). Em franca ascensão na empresa, o prospecto brasileiro pediu uma vaga no card previsto para o dia 14 de setembro, com sede na ‘Esfera’ e que celebra o Dia da Independência do México – país onde é radicado há anos. Por conta de seus trabalhos prestados no UFC 303, a tendência é que seu desejo seja atendido.