No último dia 12 de junho, Demian Maia fez a última luta prevista no seu contrato com o Ultimate, quando foi derrotado por Belal Muhammad, no UFC 263, no Arizona (EUA). Apesar de não ter mais vínculo com a organização, o brasileiro não desistiu de tentar fazer mais uma apresentação dentro do octógono mais famoso do mundo. Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight (clique aqui ou veja acima), o faixa-preta de jiu-jitsu revelou sua ideia de despedida da franquia e não deixou de analisar sua última performance.
Quando Demian Maia pisa no octógono, a expectativa de todos é que o lutador consiga impor seu jiu-jitsu. No entanto, no confronto diante de Muhammad o competidor não colocou em prática sua arte, principalmente por conta da boa defesa de queda do rival. Questionado sobre o motivo de não ter se sobressaído ao rival, o paulista foi sincero.
“Eu fiquei muito frustrado, porque parecia aquele dia que não era para ser. Aquele single (leg) que gosto, com aquela habilidade técnica, afinação e não conseguia. Ele defendeu bem, teve seu mérito. Faltou afinação técnica. Ele tem um bom gás, mas eu também estava. Foi detalhe. O maior erro da luta que eu não costumo fazer é deixar ele levantar ali no começo da luta, quando coloquei para baixo. Se o single tivesse mais afinado seria diferente”, afirmou o lutador, que por conta da pandemia, não pode fazer parte de seu camp, principalmente na parte de wrestling, nos Estados Unidos.
Passada a frustração pelo desempenho e resultado de sua última atuação, Demian não deixou de reforçar o desejo de fazer mais uma apresentação pelo Ultimate e, inclusive, enviou mensagem para Dana White, presidente do UFC, ratificando sua vontade. Mas contra quem o lutador gostaria de dividir o octógono pela última vez? Ele não teve dúvidas em apontar duas grandes estrelas da franquia.
“Tenho interesse (em continuar). Eu gostaria de fazer mais uma luta, já tinha falado isso antes. Tive uma surpresa com o desafio do Nate Diaz após a luta dele, é uma luta que me interessa muito, a outra seria contra o (Donald) Cerrone, que também está para encerrar a carreira. Depende do UFC querer, se o Nate vai querer mesmo. Se o Nate quiser, eles fazem, porque ele é um cara vende bastante. Depende no fim das contas do Dana. Depois da minha luta mandei uma mensagem para o Dana falando do meu desejo de enfrentar o Cerrone, também agradecendo por tudo que passei na organização. (Mas) ainda não tive resposta (risos)”, contou, antes de destacar a razão de querer fazer mais uma luta na liga.
“Essa última luta do contrato foi um anticlímax muito grande para mim. Ele é duríssimo, ótimo atleta, mas por ter jogado defensivo, eu queria luar mais, mostrar que estava preparado, evoluído e ficou aquele anticlímax. Uma luta com o Nate ou Cerrone a gente ia sair na porrada mesmo independente do que acontecesse e mataria essa vontade”, completou o faixa-preta de jiu-jitsu de 43 anos.
Considerado por muitos como o principal representante do jiu-jitsu no MMA de sua geração, Demian Maia construiu uma longa carreira no esporte, que se estende desde o início dos anos 2000, grande parte dela feita dentro do octógono do Ultimate. Pelo UFC, o faixa-preta venceu 22 combates, alguns contra grandes nomes da modalidade, como Jorge Masvidal, Carlos Condit, Chael Sonnen, Ben Askren, entre outros.