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De possível aposentadoria ao título: Patricky ‘Pitbull’ festeja volta por cima no Bellator

No último dia 5 de novembro, Patricky ‘Pitbull’ chegou ao lugar mais alto do Bellator. Depois de mais de dez anos de companhia, o brasileiro sagrou-se campeão do peso-leve (70 kg) ao nocautear Peter Queally, em evento que aconteceu em Dublin (IRL), casa do seu adversário. Mais de uma semana após sua conquista, o potiguar abriu o jogo sobre o combate que lhe deu o cinturão e revelou que quase se aposentou do MMA.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight (clique aqui ou veja abaixo), Patricky admitiu que vivenciou um cenário perfeito para ser campeão do Bellator. O brasileiro afirmou que pode usar toda a atmosfera que estava contra ele, pelo barulho da torcida irlandesa para lhe dar motivação para sair com calar todos com o triunfo.

“A caminhada foi longa, dolorida, cansativa, mas graças a Deus deu tudo certo. No final foi perfeito. Absorvi tudo para mim, usei como energia positiva e boa para mim. Eu cantava com eles, ria dentro do cage. Acho que eles ficaram com raiva quando me viram cantando a música. Eu fui feito para invadir a terra inimiga e acabar com a festa. A minha vida toda foi lutando no território inimigo e sou especialista nisso”, afirmou o atleta.

Mas o que pouca gente não sabia é que por pouco ‘Pitbull’ não viveu a emoção de ser campeão. O brasileiro de 35 anos confessou que viveu uma espécie de depressão e, por isso, cogitou se aposentar do MMA em 2020 por não ter mais motivação para seguir atuando. Entretanto, o revés para Queally foi fundamental para ele virar essa chave.

“Pensei em mais de um ano em aposentadoria. Na pandemia fiquei muito tempo sem treinar, treinava, mas sem motivação, só falava em aposentadoria. O camp para lutar no Japão foi muito forte para lutar duas vezes na mesma noite e depois não fui campeão e, consequentemente veio lesão, dor nas costas, no joelho. Fiquei triste, comia que nem um porco. Pesei 84 kg, coisa que nunca aconteceu. Tentava bater 80 kg e não conseguia. Então estava triste, com pensamento negativo. Mas no final, depois dessa luta com o Queally fiquei motivado para a vitória e para o cinturão também”, disse, emendando.

“Ele (Queally) me motivou bastante, essa luta eu consegui treinar muito bem e de uma forma que fazia tempo que não treinava. Todo dia levantava motivado, dormia pensando nos próximos treinos. Foi como se tivesse entrando na organização. Eu fiz o jogo virar e vou continuar com isso. Estou muito feliz, não tenho pressão de nada”, concluiu.

Com o título em mãos, os pensamentos negativos que perturbavam a cabeça de Patricky ‘Pitbull’ foram eliminados facilmente e deram lugar a gana de manter seu reinado por um longo tempo. O lutador, inclusive, comparou essa conquista de cinturão com o nascimento de um filho para garantir sua motivação em tê-lo ao lado.

“Agora quero continuar batendo na galera. Sei que existe a responsabilidade grande de treinar, manter o cinturão. É como se fosse pai pela primeira vez, você sabe a responsabilidade de trabalhar, fazer dinheiro para trazer comida dentro de casa. O cinturão não é alimentado por comida, mas por treino e muita dedicação. Sei a responsabilidade que tenho para mantê-lo dentro de casa”, finalizou o potiguar.

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