Jéssica Bate-Estaca tem muitos motivos para ficar atenta ao UFC 255, que acontece neste sábado (21), em Las Vegas (EUA). Primeira colocada no ranking do peso-mosca (57 kg), a brasileira pode ser apontada como a próxima desafiante ao título, dependendo do resultado do duelo entre a campeã Valentina Shevchenko e Jennifer Maia, na co-luta principal do show.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, a ex-campeã do peso-palha (52 kg) do UFC analisou o confronto pelo cinturão e as possibilidades que pode ter pela frente. A brasileira mencionou o cenário de vitória para cada uma das atletas, mas destacou uma situação particular caso tivesse um duelo brasileiro pelo título a seguir. Afinal, em 2012, Jéssica foi derrotada por Jennifer por decisão unânime.
“A gente não gosta de lutar contra outros brasileiros, mas se for por uma disputa de cinturão é muito legal. Sou muito amiga da Poliana Botelho, da Virna (Jandiroba), a Amanda Ribas também. É o que sempre falo para elas: ‘Se for para a gente lutar, que seja por uma disputa de cinturão. Não quero lutar com vocês em uma luta normal’. Acredito que o UFC tenha muitas armas para usar se a Jennifer vencer, posso ter a chance de uma revanche. Se a Valentina vencer eu posso ter a oportunidade que não tive antes de entrar no UFC, que era de lutar com ela. Tenho oportunidade de muita coisa. Essa categoria vai ser uma coisa muito legal na minha carreira”, explicou a atleta.
Caso Jennifer Maia conquiste o título e ‘Bate-Estaca’ seja confirmada como a próxima desafiante, a atleta da ‘PRVT’ adiantou o que mudou do primeiro confronto diante da compatriota para os dias atuais. De acordo com Jéssica, sua experiência e o fato de ter crescido em aspectos técnicos podem fazer a diferença a seu favor.
“Muita coisa que mudou, né?! Tanto no meu estilo, quanto no dela. Não tinha muita experiência quando lutei com ela. Não tinha evolução nenhuma. A Jennifer tinha cinco ou seis anos que já treinava e lutava. Estava em grandes eventos e eu estava começando. A minha agressividade melhorou, a questão de acertar mais golpes no momento certo. Deles estarem mais alinhados. A parte de chão e quedas melhoraram muito, além da minha resistência e absorção de golpes. Esse seria o caminho. Continuar agressiva e usar a arte de grade e chão para cansar a Jennifer. Seria bem interessante”, afirmou, antes de destacar o clima amigável que possui com a compatriota e que até fez até treinos com ela em preparação para o segundo duelo contra Rose Namajunas, que aconteceu em julho deste ano, pelo UFC 251, que foi realizado em Abu Dhabi (EAU).
“A gente treinou juntos antes de eu lutar com a Rose pela segunda vez. A gente foi em Curitiba e fizemos um treino lá. Foi muito legal, a gente se ajudou muito. Sempre fomos bem recebidos por ela. Consegui ver que melhorei bastante da última vez que lutamos. Vi que tenho condição de vencer se tiver uma chance de revanche. Se ela conseguir vencer, vou tirar uma estratégia dessa última apresentação dela”, concluiu.
Ex-campeã peso-palha do Ultimate, Jéssica Bate-Estaca estreou com vitória no peso-mosca ao nocautear Katlyn Chookagian, em outubro deste ano, ainda no primeiro round de disputa. Com esse resultado, a brasileira assumiu a primeira colocação do ranking da categoria e pode ter a chance de lutar pelo cinturão em sua próxima apresentação.